quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Quadrinhos e Jornalismo



Entre os dias 16 e 18 a Comix Book Shop realizou na região central de São Paulo a FestComix. O evento voltado para os aficionados por quadrinhos atraiu público diversificado com um fim: comprar MUITAS revistas de HQs, mangás, desenhos, games, cinemas e raridades.
Famílias, crianças, cosplay e muito “marmanjo” lotaram o festival que concentrava grandes e pequenas editoras, abria espaço para quadrinhos independentes e agradou todos os gostos e preferências. Além disso, os preços estavam abaixo da tabela, fazendo a alegria de todo o público.



Boa organização, excelente oferta de produtos e preços e, mais do que isso, o clima e o ambiente marcaram a Comix. Todos os frequentadores estavam felizes da vida, as crianças no paraíso e os adultos, bom, eles também estavam pois voltaram a ser crianças. Para onde se olhava era possível ver olhos brilhando de prazer, pessoas sentadas no chão folheando suas recentes aquisições e cestas (isso mesmo, de compras) lotadas. Essas pessoas gastaram bons reais, mas todos saíram de lá satisfeitos.

Mas, calma. O que tudo isso tem a ver com o jornalismo? Eu também achei que não tinha NADA. Aliás, fui a Comix como acompanhante de um namorado nerd. Mas mudei TOTALMENTE o meu conceito. Em primeira análise, esse festival daria uma boa reportagem (especialmente para televisão) pois é um tema leve e divertido, cheio de bons personagens. Outro ponto é poder observar como os quadrinhos são fontes inspiradoras para o entretenimento na TV, no cinema, nos desenhos animados e na música. Encontrei, inclusive, o livro Super-Heróis no cinema e nos longas-metragens da TV além de gibis como Luluzinha, AstroBoy, Cavaleiros do Zodíaco, sem falar nos personagens da Marvel, no gato mais famoso do mundo, o Garfield e dos quadrinhos Persépolis. Mas o ápice mesmo desse encontro de jornalismo e quadrinhos foi, sem dúvida, com os livros de tiras comuns em jornais como as histórias de Dilbert, Mafalda, Angeli,Piratas do Tietê e, eis que meus olhos brilham, O Pasquim.



Foi esse que eu comprei, ou melhor, que eu ganhei. Porque o brilho nos meus olhinhos de jornalista não foram discretos e foi aí, exatamente neste ponto, que fez todo o sentido a relação entre os quadrinhos e a comunicação.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

X Semana do Jornalismo - Universidade Anhembi Morumbi (UAM)

A Universidade Anhembi Morumbi promoveu a X Semana de Jornalismo entre os dias 6 e 8 de outubro de 2009 e trouxe profissionais renomados durante os períodos matutino e noturno. A novidade apresentada este ano foi a divisão de palestras entre os dois campus que ministram o curso, descentralizando o evento que, antes, ocorria integralmente na Vila Olímpia e, assim, todos os alunos puderam ser contemplados com o conteúdo das palestras sem deslocamento de campus.

Os estudantes do campus Centro no período noturno puderam conversar com a repórter do jornal O Estado de São Paulo, Adriana Carranca que falou sobre os desafios do jornal impresso diante do advento da internet. Na quarta-feira, Fabíola Cidral tratou da convergência das mídias interativas ao rádio e deu foco em contar sobre o programa “Caminhos Alternativos” que traça um rumo inovador do que tem se feito no rádio. Para encerrar a Semana de Jornalismo, Caco Barcellos se apresentou no campus da Vila Olímpia para todos os alunos da Universidade, falando sobre o programa “Profissão Repórter” e a proposta de abordar a reportagem sob diversos pontos de vista.



As palestras com profissionais de diferentes veículos de comunicação propiciaram discussões sobre as oportunidades e os pontos fracos de cada meio, bem como conhecer melhor as exigências do mercado de trabalho quanto à formação e os conhecimentos dos futuros jornalistas. Apesar de todos os temas tratados, a mensagem mais forte dita por todos os palestrantes foi sobre exercer o jornalismo com paixão e envolvimento, o compromisso social de contar histórias e de informar, a inovação dedicada aos trabalhos e, sobretudo, a persistência que é a palavra-chave para fazer jornalismo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sumiço justificado

Eu sei que sou uma desnaturada que abandonei meu blog há mais de um mês. Peço desculpas. Sim, adoro escrever neste blog e compartilhar as minhas vivências e descobertas, mas juro que a justificativa é boa (pelo menos é aceitável).

Todos esses dias em uma nova universidade têm me mostrado algumas diferenças, e eu as tenho sentido em forma de "falta de tempo". Tenho tido MUITA aula prática e entre algumas atividades pessoais e desenvolvimento de projetos e de ideias, me faltou tempo de escrever textos decentes para serem publicados aqui.

Estou elaborando ação de comunicação interna, fazendo pautas e reportagens em vídeo, [outro] blog, apresentação de telejornal e ainda criação de reportagem multimídia. Ao mesmo tempo que estou trabalhando nesses projetos acadêmicos, minha cabeça fervilha com ideias que eu estou procurando organizar para não perder nenhuma delas. Aliás, tenho tido insônia pra tentar desenvolvê-las.

Vida de jornalista é corrida, eu sempre digo.

Juro que já tenho pautas com assuntos legais, alguns textos já estão bem definidos, só preciso sentar e trabalhar com calma neles. Estou planejando uma série de textos sobre um determinado assunto, assim como fiz quando escrevi a respeito de transferência. Aguardem e boas coisas virão. Ainda sim, reitero meu pedido de desculpa.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Prática acadêmica do jornalismo

Na faculdade é o melhor lugar para se ter contato com a profissão para amá-la ou odiá-la. Obviamente, este contato não é profissional pois está adequado para estudantes, mas é o principal meio para estabelecer uma relação e se ver exercendo determinadas atividades. Através dessas práticas que o estudante adquire suas primeiras experiências, descobre habilidades e talentos, os desenvolve, se afasta ou se aproxima das subáreas existentes dentro do jornalismo. Aulas e exercícios práticos são essenciais e indispensáveis, prepara o aluno para o mercado de trabalho e o ensina a trabalhar com diversas ferramentas que, se não são exigência básica, podem ser o diferencial. Além de trabalhos acadêmicos que possibilitam esse contato e ampliam seus conhecimentos, visões e possibilidades. Essas tarefas exigem muito de nós, mas é gratificante a sensação de estar, de alguma forma, “exercendo a profissão”.

As oportunidades que tive até então foram: pesquisa de opinião pública – feita em grupo, um tema é escolhido e direcionado de acordo com seu objetivo, executa-se o trabalho de briefing, fase qualitativa (com pesquisas abertas) e quantitativa (questões fechadas ou semiabertas, partindo dos resultados da quali), cálculo de amostra baseado em uma margem de erro, tabulação de dados e criação de gráficos, relatórios sobre o desenvolvimento do trabalho e, por fim, uma matéria jornalística usando dados colhidos na pesquisa; auxílio em coleta de depoimentos – acompanhando um colega em seus trabalhos para o TCC, eu pude ter contato com uma câmera semiprofissional e abordagem de pessoas na rua para que elas concedessem entrevistas, e durante essas entrevistas, analisar o material que será aproveitado e quais entrevistados têm potencial para personagem.


Imagem retirada do blog Colorizando


Ainda tenho muitas disciplinas práticas para cursar, executar trabalhos, agregar experiência e descobrir afinidades. Programa de rádio, reportagem televisiva, criação de produtos de multimídia, trabalho de comunicação corporativa, documentário, fotografia, produção de jornal e revistas. O ponto principal em matéria prática é a dedicação e a atenção, pois a possibilidade de você traçar um rumo para o seu futuro profissional é enorme.

domingo, 30 de agosto de 2009

E agora? Preciso ou não de diploma de jornalista?

A decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal de não exigir o diploma de quem deseja exercer a profissão de jornalista causou muita polêmica e, mais do que isso, criou incertezas entre as universidades que oferecem esta graduação, entre os estudantes em início de curso e os pré-vestibulandos interessados no jornalismo.

Algumas pessoas defendem que se não há necessidade de ser um profissional graduado na área, então é melhor de formar em outra área pois, ainda sim, há possibilidade de ter contato com o jornalismo sem ser um profissional com formação específica. Ao mesmo tempo, outras pessoas estão repensando suas opções de cursos ao ingressar em uma universidade e, claro, cria-se a desconfiança sobre pagar por um curso em que, segundo a maioria dos votos na seção do STF, “é uma profissão que qualquer sujeito pode exercer”.

Há universidades que reavaliam os investimentos a serem feitos, bem como a disponibilidade de turmas. A Facamp (Faculdade de Campinas), uma das melhores universidades paulistas de jornalismo, estuda o fechamento do curso, assim como a UniUbe (Universidade de Uberaba) que não abrirá turma do curso neste 2º semestre de 2009 devido a baixa procura. Diante de situações como estas, os alunos temem investir em uma carreira com futuro incerto.

Em contrapartida, há quem defenda que as boas empresas continuarão a empregar jornalistas formados e este tem sido o argumento-chave para a existência dos cursos e a permanência dos alunos. Ainda apresenta-se também a certeza de que um profissional formado tem justamente sua formação e experiência como diferencial na disputa por uma vaga.

Sim, eu defendo que o curso deve ser feito. Esse é um ponto essencial para que gosta do jornalismo, quer entendê-lo por completo e se envolver. Os quatro anos frequentando o curso amadurece, desconstroi mitos e ideologias sobre os meios de comunicação e sobre a profissão em si, te abre caminhos, põe em contato com a profissão e te prepara para encarar a profissão. Ser jornalista não é tarefa fácil e há muito menos glamour do que se imagina, precisa então de paixão e dedicação.

Cabe, então, esperar que haja bom senso de ambas as partes (profissionais e mercado de trabalho) para que as vagas sejam preenchidas por pessoas capazes de realizar um bom jornalismo no país.

Ratificando o que muitos profissionais da área defendem: o diploma é mera burocracia, o que vale é toda a bagagem que se adquire ao longo desses 4 anos.


Imagem retirada do Blog da Carina, uma futura jornalista indignada.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Informação no Brasil – monopólio e democratização

Ainda existe um mito que corre entre a sociedade brasileira de que a informação no país é monopolizada. Na briga recente entre a Record e a Globo, um dos pontos que a primeira utilizou para atingir a segunda é de que esta quer manter o monopólio da informação. Mas, atualmente, com o avanço do acesso à internet há a possibilidade de receber informações de diversos meios e, assim, formar uma opinião a respeito.

Esse mito é cultural. Os meios de comunicação no Brasil surgem sendo propriedade de empresários e seu crescimento costuma ter histórias obscuras, envolvendo muito dinheiro, muita audácia e, por vezes, certa prepotência. Talvez os dois maiores exemplos do que estou dizendo são Assis Chateaubriand e Roberto Marinho, dois personagens da história da comunicação brasileira que construíram seus impérios, suas organizações poderosas e, para tanto, não se intimidaram em usar o poder e a influência que tinham, inclusive na política.

Quando se fala em monopólio de informação fala-se, obviamente, da Rede Globo de Televisão e o conglomerado das Organizações Globo e isso acontece pelos já conhecidos fatos de que este grupo agiu de acordo com seus ideais políticos e servindo apenas seus próprios interesses. E, como ponto complementar, a cultura televisiva do povo brasileiro esteve muito tempo ligado na TV Globo.

Antigamente, as informações podiam e eram manipuladas de acordo com os interesses destes grupos e, rodeados por meios que pertenciam a uma mesma empresa, estávamos sujeitos a receber a informação sempre da mesma forma. Mas esse processo tem mudado devido ao maior acesso à educação, a expansão da internet e dos diversos portais, bem como o crescimento de outras fontes dos meios de comunicação. A informação está se democratizando e prende-se às informações da Globo somente quem quer.

O poder e o alcance desta emissora ainda é um dos maiores e mais influentes do país, mas isto está intimamente ligado com a cultura de assistir aos seus programas, bem como a inegável qualidade de produção e investimentos feitos por ela (Rede Globo). Não devendo esquecer, também, da reputação e tradição de anos de emissora.

Podemos e devemos acessar várias fontes de informação e, a partir de então, formarmos uma opinião. O que não deve acontecer é apontar algo que não existe mais e nós simplesmente acreditarmos sem questionar. Não há mais monopólio de informação por parte da Rede Globo, assim como não existe mais o monopólio do conhecimento e da educação que até o fim da Idade Média se concentrava na Igreja Católica. Tudo isso, nos dias atuais, é puro mito.


Imagem retirada do Marketing Blog

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Transferência: Nova perspectiva

Medo e ansiedade. Esses são os dois sentimentos mais fortes quanto à mudança. Conhecer coisas novas e se adaptar a elas. Saber como será o ensino e o curso a partir de agora. Ter que encarar um novo padrão de ensino e seguir as novas regras. ‘Será que eu vou ser capaz de seguir adiante?’. Conhecer as novas instalações e os professores. Sentir-se calouro novamente e o sentimento é similar ao de uma criança com medo do seu primeiro dia de aula. Ainda o receio de não fazer amigos incomoda. Quem nunca o teve? Se você entra em uma faculdade no 1º ano, tudo se torna fácil, afinal, ninguém se conhece. Mas ingressar em uma turma que já formada por um determinado período, você se sente o ‘intruso’.

Mas essa sensação é passageira, pois a preocupação maior tem que ser a dedicação aos estudos e a certeza de que você é parte daquela nova universidade e, mais do que isso, sempre lembrar de todos os desafios que você superou e todo o esforço que você empenhou para estar ali.

Nos primeiros dias de aula você observa ao máximo e todas as comparações acabam sendo feitas e é o balanço final do que melhorou e do que piorou é um dos principais determinantes para avaliar se a decisão foi correta. Esta avaliação é superficial e baseada no primeiro impacto, mas não deixa de ser válido.

Em momento algum, até agora nesta primeira semana de aula, eu só tive boas impressões da Universidade. Bons professores, boas instalações, bons laboratórios, ampla biblioteca e tive boa receptividade por parte de todos. Toda vez que eu faço a comparação citada acima, ratifica-se a certeza do destino que dei para o meu futuro acadêmico. Sinto-me, confesso, mal por não ter tido contato com aulas práticas na antiga universidade, mas farei as adaptações para suprir essa deficiência, além de contar com a compreensão e apoio dos professores para que eu me familiarize rapidamente com as práticas do jornalismo.

O conselho, agora é se empenhar e fazer o seu melhor. E, claro, muita sorte.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Que jornalismo é esse?

Eis a pergunta do momento. Profissionais, estudantes e sociedade se perguntam o que está sendo feito com o jornalismo.

Exponho esta questão analisando a postura dos meios de comunicação durante a última semana devido às acusações de lavagem de dinheiro feita pelo Ministério Público contra a Igreja Universal do Reino de Deus. Globo e Record transmitiram as informações de acordo com os interesses de cada uma e, o pior, travaram uma "guerra" através de seus telejornais que nenhum telespectador gostou de ver.



A Rede Globo utilizou-se da notícia para questionar os benefícios concedidos a concorrente através da suposta lavagem de dinheiro ocorrida na Igreja de Edir Macedo (proprietário da Record). O Jornal Nacional dedicava cerca de 10 minutos para noticiar o ocorrido, mostrar como os pastores pedem dinheiro aos fiéis, questionar a opinião dos políticos quanto ao assunto e entrevistar um ex-fiel que afirmava ter sido prejudicado com as contribuições.

Em contrapartida, a Record veiculou durante o dia uma reportagem com cerca de 20 minutos de duração questionando os meios através dos quais a Globo foi fundada e como cresceu, acusando a Globo de atacar a Record como "desespero frente ao crescimento da Record que ameaça o monopólio da Globo", mostrou ainda a "boa vida da família Marinho", entrevistou fiéis da IURD afirmando que confiavam no destino do dízimo e afirmava que "muitos se sentiam beneficiados pela Igreja, o que contradiz o depoimento de um ex-fiel que se dizia prejudicado" e questionou os políticos quanto "a necessidade de democratizar a informação".

A ética e o compromisso com a profissão se perderam. A Record usou seus melhores jornalistas (e ex funcionparios da Globo) para atacar a Globo e sair em defesa da Igreja ignorando o alto número de arrecadação por parte da IURD, as contas abertas em paraísos fiscais e, claro, o crescimento e poder de investimento da Rede Record.

E aí que a pergunta surgiu! Que jornalismo é esse que toma partido de forma evidente esquecendo da necessidade de ouvir todos os lados e elaborar uma matéria coerente a fim de que cada um, a partir de então, forme sua opinião?

Eu não sei.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Transferência: Sobre a burocracia

Na primeira parte destes textos eu disse que a transferência exigia disponibilidade, e isto é necessário graças a tal da burocracia, estando presente de forma cansativa e, neste exato momento, não se deve esquecer da determinação.

O mais importante de tudo, nesta fase, é estar atento aos prazos e se esforçar para cumpri-los (ou acelerá-los).

Entre com o pedido de transferência na universidade do seu interesse e observe quais são os documentos necessários para isto, normalmente pede-se histórico, conteúdo programático com critério de avaliação, podendo ser pedidos documentos a mais; abra um protocolo na sua atual universidade pedindo tais documentos, verifique quando ficarão prontos e se há possibilidade de ficarem prontos antes, se houver, organize-se para cobrar a secretaria quanto a isto; importante que haja coerência nas datas prometidas por uma instituição e exigida por outras.

Com os documentos em mãos, entregue-os na universidade que deseja estudar; questione sobre quando haverá um resposta ao seu pedido; guarde protocolos e notas de entrega de documentos; esteja sempre disponível para ver e-mails ou receber telefonemas sobre a análise curricular.

A análise curricular é quando o coordenador do curso avalia o conteúdo do que você já estudou e verifica se é compatível com as disciplinas da grade da universidade. Com isso, algumas matérias podem ser dispensadas, verifica-se a necessidade de cursar adaptações de outras matérias e define-se o semestre ao qual você está apto a se matricular.

Currículo analisado, você recebe uma resposta e eis a hora da verdade! Pode ser que precise voltar algum semestre ou fazer um número considerável de adaptações e, a partir de então, a decisão concretiza o desejo ou acaba deixando-o de lado. Mas, aqui, ainda não está tudo certo. Precisa pagar matrícula, entregar documentação, assinar contrato e aguardar pra saber se terá turma. Aí sim, considere-se matriculado.

Ainda é preciso cancelar/ trancar o curso na universidade de onde você saiu, alterar dados cadastrados na SPTrans para o Bilhete Único do Estudante.

Esse processo burocrático pode ser mais lento pra uns, mais fácil para outros, mas o importante é estar pré-disposto a ir atrás do que for preciso, na hora que o for. Nesta parte, confesso ter tido sorte. Consegui pegar meus documentos 15 dias antes do previsto (com uma certa persistência), recebi resposta do coordenador em menos de uma semana após a entrega dos documentos (a previsão era de 10 dias úteis) e, considerando que eu pensava ter que voltar para o 1º ano, o resultado foi bom: terei que regredir apenas um semestre, fazer 5 adaptações e terei 3 dispensas de disciplinas futuras.

A confirmação de matrícula demorou um pouco, mas tudo tem dado certo. Se sua opção for de se transferir, espero que dê certo para você também.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mídia, sociedade, arte e cultura

Na faculdade de comunicação discute-se muito sobre a relação do povo brasileiro com a cultura em geral e, claro, a forma como os meios de comunicação de massa trabalham isto. Surge, então, a necessidade de encontrar o culpado: o público por não ter interesse por bons conteúdos e se acomodarem com o que lhes é transmitido ou os meios de comunicação que não ofertam conteúdos ricos em informação e cultura por não lhe interessar ter uma audiência crítica e “pensante”?

Todas as hipóteses têm suas mentiras e verdades e a discussão é infindável. Sugiro uma análise atenta e crítica sobre o assunto e, então, expressarei meu pensamento a respeito.

De quando em quando, a Rede Globo de Televisão lança minisséries que visam estimular o público a conhecer, e talvez estabelecer maior contato, as obras de alguns autores consagrados. Falo aqui, mais especificamente, de Machado de Assis e William Shakeaspeare, ou melhor, das minisséries Capitu e Som & Fúria.

Capitu, foi dirigida por Luiz Fernando Carvalho e baseada em Dom Casmurro de Machado de Assis, esteve no ar em dezembro de 2008, com 5 capítulos. A macrossérie era envolvente, apaixonante e, considerando a adaptação do livro para a TV, retratou-se a história de Bento e Capitu de forma fidedigna.



A fotografia era linda, mesmo com o cenário simples (fruto de pouco investimento), Michel Melamed (Bentinho adulto) era gracioso, engraçado, dramático, triste. Letícia Persiles (Capitu jovem) era misteriosa, cínica, encantadora, jovial. Perfeito! A interpretação dos atores não ocultava as descrições de Machado de Assis. Apesar de tudo isso, a macrossérie não foi bem aceita. Recebeu boas críticas e premiações, mas o público não se interessou e, claro, se a audiência é insuficiente (média de 17 pontos), não há retorno para a emissora.

Som & Fúria, esteve no ar durante julho de 2009, com 12 capítulos, dirigida por Fernando Meirelles e baseada na série “Slings and Arrows” em que uma companhia de teatro interpreta obras de Shakeaspeare. Assim como quem a inspirou, a minissérie contou a história de uma companhia de teatro, em que todos os funcionários estão envolvidos uns com os outros de alguma forma, subdividida em duas temporadas (da série e da companhia) na qual são apresentadas as mais conhecidas obras de Shakeaspeare: Hamlet, Macbeth e Romeu & Julieta. Meirelles declarou que tinha a intenção de popularizar Shakeaspeare.



Cenário simples, muito humor, histórias envolventes e elenco de qualidade de todas as gerações de globais. Características básicas e fundamentais para ter sucesso. A média de audiência esteve na casa dos 16 pontos, eram apenas dois patrocinadores e os espaços comerciais eram curtos.

Com base nessas duas séries que citei, quero completar com o pensamento de Theodor Adorno, já citado anteriormente, de que a culpa não é do assassino, é, sim, do morto. Ou seja, a culpa não é do meio de comunicação, e sim do público. Defendo a tese porque são poucas as pessoas que aproveitam a cultura além da televisão. Além disso, reclama-se constantemente sobre a programação e, quando algo é mais elaborado, não se faz o devido proveito.

Passeios culturais como teatro, museu, bibliotecas, exposição, galeria de arte, centros culturais, entre outros têm um público restrito. Quando algo deste “outro mundo” é levado para o cinema ou a televisão e o interesse ocorre, acontece através do fenômeno midcult, ou seja, há adaptação que banaliza e não estimula o interesse quanto ao conteúdo original. Ou pode acontecer como no caso dos dois seriados globais, não receber atenção. E, aqui, não é o caso de acusar má produção ou divulgação da emissora, é o puro descaso e a falta de informação por parte deste público.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Transferência: Pra onde mudar – uma nova análise das universidades e cursos


Imagem retirada do Advogados Futebol Clube




Está decidido. É hora de mudar de universidade, novos ares, maior investimento no seu futuro profissional. Agora é preciso ter calma ao pesquisar qual será a instituição de destino e quais são os recursos que lhe serão oferecidos.

A decepção com a primeira universidade pode servir como um termômetro, ou seja, exija bastante da nova universidade para que não ocorra desapontamento novamente. Se informe com a própria instituição por através de atendimento telefônico, pesquisa em sites e tira dúvidas por e-mail. Use a internet a seu favor, pesquise notícias, se informe sobre os eventos que a instituição se envolve, leia fóruns, procure conhecer pessoas que estejam estudando para que você possa colher informações de diversas fontes.

Esse processo é cansativo e lento, mas evitará que você ingresse em uma instituição de ensino que não se compromete em lecionar. Faça um filtro e vá eliminando as instituições com as quais você não se identifica, os critérios de eliminação variam de acordo com os interesses, mas as peças chaves de avaliação são renome, qualidade, preço de mensalidade e currículo.

Com essa filtragem é possível chegar a uma quantidade de nomes de universidades que atendam suas exigências e a escolha tem que satisfazer seus critérios prioritários, alcançando o ponto em que se considera o custo-benefício.

Eu tinha inclinação de me transferir para a Universidade Anhembi Morumbi por indicações de amigos, reconhecimento na área em que atuo e por ter determinado investir em algo que acredito que seja retornável. Mas tinha interesse em universidades como a São Judas, FMU e PUC, estas saíram dos meus planos por ter planejamento anual, não despertar interesse e o alto valor da mensalidade, respectivamente.

O curso na Anhembi Morumbi tinha um valor acima das minhas possibilidades, mas investi. O currículo era bom, mas quando avaliado de forma superficial, parecia que os três semestres já estudados não poderiam ser aproveitados. Com exceção de umas duas matérias, mas isto só poderia ser avaliado pelo coordenador e era preciso aguardar. Foi essencial o apoio da família, amigos e namorado, além dos professores que me incentivaram a buscar algo melhor para mim. Dei entrada, oficialmente, no processo de transferência. Outra longa trajetória .

terça-feira, 28 de julho de 2009

Jornalismo 2.0


Imagem retirada de Global Voices Online

O Jornalismo na web tem ganhado forças e se expandido, além de o conhecimento em web 2.0 ser exigido pelo mercado. Sua característica principal é a possibilidade de participação dos leitores através de comentários, publicações e edições de textos jornalísticos, isto é conhecido como Jornalismo Participativo.

A internet conquistou esse espaço graças a essa troca constante de informação e muitos usuários encontraram nas redes sociais mais uma ferramenta em favor do P2P (pear to pear). O charme está em trabalhar com a reação/ resposta imediata ao que foi escrito, criado e publicado na web. Há a sensação de participação e influência sobre tudo o que surge.

Nos fóruns do Orkut ou Yahoo Answers, por exemplo, há todos os tipos de dúvidas e as mais variadas soluções para um mesmo problema. A Wikipedia disponibiliza conceitos sobre todos os temas, desde os mais simples até os mais elaborados, escritos com base em pesquisas referenciais e podendo, sempre, ser editado por leitores que discordem da informação ou entendam estar incompleta.

Uma das ferramentas mais recentes, mas não menos arrebatadora, o microblog Twitter, traz aos usuários o contato direto com as pessoas e empresas, acesso a informações objetivas (limitadas a 140 caracteres) ou uma chamada para um texto mais elaborado em um blog ou site. O que chama a atenção em um jornalista trabalhar com o Twitter é o fato de aprender a se comunicar em poucos caracteres, escrever textos curtos, mas que sejam objetivos e transmitam a mensagem utilizando um espaço limitadíssimo.

As pessoas podem usar a internet para agregar informações, transformá-las em conhecimento, estimular leitura e escrita. Podem e o fazem. A linguagem certamente varia, de acordo com o meio de comunicação, com o tema abordado e, claro, com o intuito e o estilo do autor. Mas, como regra geral, a linguagem online é mais descontraída e os textos são mais enxutos.

A internet tem derrubado diversas previsões quanto a sua longevidade. Como meio de comunicação é mais interativo e mais imediato do que os demais, e está cada vez mais em evidência, tanto é que os meios de comunicação tradicionais se viram interessados e pressionados a aderirem ao formato virtual. Além disso, as mídias digitais ofertam a maior quantidade de oportunidades para que os novos profissionais ingressem no mercado de trabalho. Ou seja, investir especializações, cursos e conhecimentos que unem jornalismo e informática é uma das trilhas mais promissoras para o futuro profissional.

Caso haja interesse, a Escola de Comunicação, do Comunique-se, oferece um curso de longa duração sobre o assunto.

Mais informações, veja AQUI

terça-feira, 21 de julho de 2009

Transferência: A decisão – por que mudar e quais são os prós e os contras

O processo de transferência de universidade requer paciência, determinação, sensatez, busca por informações e disponibilidade. Poderia ser resumido em “você precisa correr atrás”, mas isso não é o bastante. Precisa de muito mais. Adianto, neste primeiro parágrafo, que a transferência é muito mais complicada do que parece.

A partir de agora, compartilho a minha experiência no assunto, tentando detalhar e esclarecer ao máximo e, para tanto, dividirei este texto em 4 partes: “A decisão – por que mudar e quais são os prós e os contras”; “Pra onde mudar – uma nova análise das universidades e cursos”; “Sobre a burocracia”; “Nova perspectiva”.

Quando se sabe que é hora de sair? A resposta é bem subjetiva, mais alguns pontos ajudam a entender. O principal deles é a insatisfação, podendo estar relacionada ao laboratório, aos professores, ao método, à biblioteca, ao atendimento ou a tudo isso somado. No meu caso, foi a soma de todos os fatores.

Eu estudava na Universidade São Marcos desde o início de 2008, mas a instituição passa por uma crise financeira muito grande (intimamente ligada com fatos ainda obscuros de desvio de dinheiro) e, devido a isso, todo o ensino que ela podia nos oferecer está sendo comprometido: os professores não recebem seus salários, as contas da faculdade estão atrasadas, não há investimento em laboratórios, além de estrutura básica do prédio, não temos acesso à biblioteca, sem contar a desorganização da parte de atendimento ao aluno e do setor financeiro. Insatisfação aqui não falta.

Quando ocorre a ideia de trocar de instituição, deve-se pensar tudo da forma mais sensata e, mais uma vez, saber se a decisão é válida ou não é uma resposta subjetiva e pessoal. Recomeçar não é fácil: novos professores, novo ambiente, novas regras, novos colegas de classe e grupos de trabalho; além da proximidade de sua casa ou trabalho, valor da mensalidade, a análise curricular e, claro, o dinheiro e tempo já gasto na universidade de origem.

É uma montanha-russa de esperanças e desapontamentos mas, como disse no início, é preciso ter paciência, determinação, sensatez, busca por informações e disponibilidade.

domingo, 14 de junho de 2009

História da TV no Brasil

A TV surge e determina o fim da Era de Ouro do rádio que perde espaço por compartilhar artistas, programas, propagandas e apoio governamental com o recém-chegado meio de comunicação. A rádio tentou se reformular, as rádios em frequencia modulada e os transitores que passaram a permitir a portabilidade deste aparelho permitiram que a queda do público não fosse devastadora. No entanto, a televisão fez uso de todas as ferramentas de sucesso que arádio possuia e o governo militar perseguiu seus funcionários, além de investigar, cassar e fechar as emissoras.

Assis Chateaubriand, paraibano, iniciou sua carreira jornalística aos 15 anos no Jornal Pequeno, trabalhou depois no Diário de Pernambuco, Correio da Manhã e O Jornal. Este último foi o primeiro meio de comunicação que faria parte do futuro conglomerado de empresas de Chateau denominado Diários Associados, tendo sido comprado em 1924.

"Chatô" apoiou o governo Vargas por interesses políticos, foi figura influente na política à época e o fazia de acordo com seus interesses. Ética não combinava com Chateaubriand que enfrentava inimigos e chantageava donos de empresas para anunciar em seus veículos de comunicão. Em 1960 foi atacado por uma trombose que comprometeu seus movimentos e sua comunicação, mas continuou a escrever até sua morte em 1968.

Em 03 de abril de 1950 ocorreu a pré-estreia da televisão brasileira trasmitido localmente em SP, com canção de Frei José Mojica, balé de Lia Marques e declamação de poema por Rosalina Coelho Lisboa. Somente em 10/09 do mesmo ano se deu a primeira transmissão da TV TUPI que estava em fase experimental e, na ocasião, Getúlio Vargas falava de seu retorno à vida pública.

A inauguração oficial da televisão foi às 17h do dia 18/09/1950 e a TV Tupi tinha o prefixo PRF3 TV, no canal 3, sendo mudada para o canal 4 com a inauguração da TV Cultura. Yara Lins surgiu dizendo "Senhoras e senhores telespectadores, boa noite! A PRF3-TV, emissora associada de São Paulo, orgulhosamente apresentaneste momento o primeiro programa de televisão da América Latina.". Homero Silva apresentou Lolita Rodrigues cantando "A Canção da TV", composta por Frei José Mojica. O programa era "TV na Taba" e teve Hebe Camargo, Lima Duarte, Mazzaropi como participantes.

À época da inauguração havia cerca de 200 aparelhos televisores que foram importados e distribuidos por Assis Chateaubriand, um ano depois havia mais de 7000 destes aparelhos entre Rio de Janeiro e São Paulo. Outra curiosidade é que a TV Tupi tinha duas câmeras para a filmar o programa, horas antes da inauguração, umas destas câmeras pifou e a televisão brasileira teve início à base do improviso.

Sônia Maria Dorce, de 5 anos e vestida de índia, foi a primeira imagem a ser veiculada na televisão; o primeiro telejornal foi "Imagens do Dia", apresentado por Ribeiro Filho e Rui Rezende, não tinha horário fixo para ir ao ar e isto dependia da sorte, do conteúdo e da área técnica estar funcionando perfeitamente; em novembro foi veiculado o primeiro teleteatro "A vida por um fio", baseado no filme norte-americano "Sorry, Wrong Number".

Com a instalação de agências publicitárias no Brasil, a televisão passou a ser um veículo. Infelizmente, os profissionais careciam de experiência e de especialização, mas foi este o início para a influência da publicidade no conteúdo dos programas de TV, bem como dos patrocinadores quanto aos programas produzidos, elenco e produtores que faziam parte destes.

Somente em janeiro de 1951 a TV Tupi passa a operar, também, no Rio de Janeiro, tendo em sua abertura a encenação com 19 índiozinhos e como atração o grupo de bossa liderado por João Gilberto "Garotos da Lua".

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O poder da imprensa

Os meios de comunicação são muito influentes para a opinião pública e o cenário político, é chamada por alguns de “O 4º Poder”, aliás, existe um filme de mesmo nome tratando do mesmo assunto. A mídia é responsável pelas notícias que reportam e, indiretamente, pelas atitudes que essas notícias podem acarretar.

Falo disso por causa de um episódio recente em que, mais uma vez, a mídia mostra o poder exercido sobre a sociedade. O deputado Sérgio Moraes (PTB) foi destituído do cargo de relator do processo contra o também deputado Edmar Moreira (sem partido), o deputado do castelo, após um confronto com a imprensa. Em uma entrevista, o deputado demonstrou tendência em absolver o colega de profissão, ao ser questionado se não temia a reação da opinião pública em resposta a esta atitude, Moraes declarou estar “se lixando pra opinião pública”, completando que os jornalistas poderiam publicar o que quisessem pois, no final, ele seria reeleito.

A repercussão desse caso foi imensa, toda vez em que era citado, mencionavam-no como “o deputado que se lixa para a opinião pública”, isso em todos e quaisquer meios de comunicação. Outros deputados tiveram que encarar a imprensa e tentar responder e justificar em nome da categoria, dizendo que se importavam sim com a opinião pública, que a opinião pública é a base do trabalho deles, afinal é em nome desta opinião que os políticos auxiliam o governo, entre outras.

Resultado: o destaque midiático ao ocorrido, fez com que o deputado Sérgio Moraes perdesse forças, foi afastado do cargo de relator de processo de Ética, foi criticado por colegas e causou a sensação de mal-estar. Apesar de tudo isso, ele afirma que a declaração foi infeliz, mas disse que a faria novamente se fosse necessário e tenta justificar que sua frase dói editada e pincelada de acordo com os interesses da mídia.

De qualquer forma, este embate de deputado e imprensa mostrou o quanto esta segunda é influente e, quando quer, faz com que os responsáveis por administrar o nosso país mudem suas atitudes para que o conflito não tome proporções maiores e eles saiam perdendo.

domingo, 17 de maio de 2009

Visite o Museu da Língua Portuguesa




Um dos pontos culturais de São Paulo mais freqüentados por pessoas de todas as idades, desde estudantes a profissionais, um paulistano não pode deixar de visitá-lo. A entrada é barata, o divertimento é garantido e o interesse pela língua tende a crescer.

Poder ser visto no Museu um curta narrado por Fernanda Montenegro sobre a língua e linguagem, logo após tem o “planetário das poesias” – uma sala fechada e escura com poemas sendo narrados e projetados nas paredes e no chão. Há dois painéis, o eletrônico que mostra pequenas histórias contadas através de imagens em movimento e um outro que traça uma linha do tempo sobre a linguagem e a sua importância nas sociedades. Há também pequenas mesas separadas por culturas influentes em nosso vocabulário, como a americana, francesa, italiana, africana entre outras. Neste espaço há objetos que representam esta cultura estrangeira e nas telas pode se conhecer mais a respeito das palavras que integraram à nossa cultura, seus significados, mutações e história daquela cultura. Para descontrair, há uma sala em que se pode montar palavras juntando sílabas projetadas em uma mesa, quando o objetivo é alcançado, conta-se a respeito da história e as situações em que podem ser usadas.

Há sempre uma exposição temporária que trata de algum autor. Objetos que representem suas obras, gravações de trechos dos livros, objetos pessoais, manuscritos, livros em formatos gigantes, grandes dicionários, um espaço que te envolve na literatura brasileira. Á época da minha visita, pude ver uma exposição sobre Machado de Assis em que havia trechos dos seus diversos livros, cadernetas com sua letra, a moeda usada a época e, por fim, uma sala em que era exibido o projeto Mil Casmurros, um vídeo com várias pessoas lendo um trecho de Dom Casmurro.

O estudante de comunicação precisa ter uma relação íntima com a língua e a visita ao Museu possibilita essa sensação: sai de lá apaixonada e mais curiosa sobre a língua portuguesa, ou como disse Marcos Bagno em “Preconceito Linguístico”, o português brasileiro. No painel que conta um pouco da linguagem, o estudante da área pode obter informações sobre os meios de comunicação, a chegada da televisão, a influência do americanismo em nossa cultura, se comunicar utilizando poucas palavras, a famosa frase de Chacrinha “Quem não se comunica, se trumbica” e a reflexão sobre a linguagem atual como nosso retrato e evolução.

Veja mais em meu outro blog Amante Paulistana

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ronildo Santos, chefe de reportagem do setor esportivo da TV Band

Esporte e jornalismo foi o tema principal que conduziu a palestra bem humorada de Ronildo Santos, ele conta que iniciou a carreira já no esporte, graças a uma sacada do seu entrevistador ao perguntar quais esportes ele praticava. Ronildo já trabalhou na Rádio Band, TV Cultura, Canal 21 e ESPN Brasil, e tornou-se chefe de reportagem por volta dos 27 anos.
O início da conversa ficou marcado pela importância de entrar no mercado de trabalho, fazendo o que quer que seja, mas frisando que não pode nem deve se acomodar e procurar algo que realmente goste que dê prazer em executar. Ronildo atribui às empresas uma parcela da culpa por não encontrar o local em que o profissional se adequará melhor e, por conseqüência, tende a executar com maior excelência suas funções. Ele exemplifica tudo isso com o seu caso, em que o diretor da Rádio Band encontrou nele um gosto por esporte que poderia ser rentável e disse que, na sua profissão, dependendo do dia, ele chega a trabalhar 16 horas, mas está satisfeito porque gosta do que faz.

Ronildo aponta as suas principais funções como chefe que é elaboração de pauta, decide as matérias que serão feitas, chefia e coordena a equipe: repórteres, cinegrafistas, motoqueiro e motorista, além de trabalhar em conjunto com os editores. A pauta segue a agenda esportiva, mas tem base também nas sugestões dadas pelo público e o jornalista afirma que é de onde surgem as melhores ide i as. Ele aponta que a maior dificuldade do trabalho é lidar com as pessoas, pois há conflito de vaidades, ciúmes uns dos outros, sentimento de superioridade, além dos conflitos comuns em ambientes de trabalho.
Neste ponto ele frisa na relação entre repórter e cinegrafista dizendo que um depende do outro, mas, no caso específico da televisão, o cinegrafista é essencial para o repórter. Santos diz ainda que não se deve montar as duplas de acordo com a afinidade, pois corre-se o risco de ficar sem saída ao tentar manter separadas duplas com problemas de relacionamento. Disse ainda saber quais as duplas “funcionam” melhor, então essas serão escaladas juntas com maior freqüência e em eventos que exigem excelência, o que não significa que duplas que não trabalham tão bem trabalharão apenas com eventos sem importância.

Quanto à pauta, Ronildo relata que tenta sempre fazer algo diferente, proporcionar um material que não estará em todas os veículos de comunicação. As pautas podem ser inspiradas em matérias retiradas da internet ou já veiculadas em outros meios, mas é importante criar uma matéria com base nas informações colhidas e não copiá-las. Ao repórter cabe trabalhar com as imagens feitas pelo cinegrafista e, a partir daí, montar o texto, contar uma história diferente, fazer as entrevistas. Não é função do repórter ser tendencioso, dar opinião, mas isso não impede que a abordagem da matéria sugira algo ao telespectador. Ronildo acredita que a função do repórter está totalmente relacionada com o significado da palavra: reportar, dar a notícia, levar a informação.

Matérias como uma entrevista descontraída com o técnico Vagner Mancini e uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher mostrando a persistência feminina em se dedicar em alcançar o sucesso jogando futebol, foram duas das matérias que ele aponta a interferência negativa de diretores, entraram em dias e com um tempo menor do que o original, que fugiam do contexto e perdiam todo o sentido pré-estabelecido. Como matérias mais emocionantes, Ronildo citou uma em que levaram crianças de escolas privadas para brincar com crianças deficientes da AACD e uma matéria sobre o projeto de inclusão do skate na FEBEM, em que uma menina disse que gostava de cantar Roberto Carlos, a matéria foi elaborada com as imagens sobre a voz desta menina cantando.

O assunto é direcionado para a torcida dos profissionais do esporte, e Ronildo afirma que quando se está trabalhando, a tendência é deixar a paixão de lado para que não implique no seu trabalho, dará destaque aos personagens que os merecem, bem como os times. O profissional que decide assumir o time para o qual torce, tem problemas em freqüentar estádios e treinos e de relacionamento com os torcedores. Disse ainda que, nestes casos, por vezes, os repórteres não podem chegar ao estádio com carro com o logo da empresa ou com o uniforme. No caso de Neto, corintiano, só entra nos estádio acompanhado por seguranças, já o Milton Neves, santista, não vai ao estádio.

Sobre a concorrência ele diz que é difícil tentar comparar porque a Band é iniciante na área de transmissão e tem que cativar o público da Globo. No entanto, a dificuldade de concorrência se deve a melhor estrutura e transmissão de imagens que a TV Globo tem (a TV Band trabalha com cerca de 12 câmeras e a TV Globo trabalha com 18), além do aspecto cultural, de costume.Também tem a questão do direito de transmissão, e a emissora que não o tiver tem direito a câmeras na cabine e entrevista coletiva, quando o mais interessante é entrevistar o jogador saindo do campo.

Ronildo fala, ainda, sobre o espetáculo criado em cima de personagens do futebol, que invadem a vida pessoal como paparazzi. Ele defende que, caso seja feita algo em desacordo com as leis, como atos violentos, os programas esportivos devem informar, mas ele acredita que notícia para saber qual o valor de seus bens, com quem namora, o que faz quando bebe, entre outras, é sensacionalismo barato. As emissoras de televisão, segundo o palestrante, não investiram o suficiente nas novas mídias e estão atrasadas nesse sentido.Em sua opinião, o conteúdo deveria ser disponibilizado na internet e o espaço para retorno do público tem que ser aberto.

Os programas esportivos têm o futebol como esporte predominante, pois é o que dá audiência. Quando se investe em noticiar sobre os outros esportes, a direção da empresa cobra a baixa audiência e fica no ar a questão “Não dá audiência porque a mídia não fala ou não fala porque não dá audiência?”. As abordagens também são diferentes, há programas que são voltados para os aficionados por esportes, outros com foco nos leigos, que só querem receber informações e há programas que trabalham mais com personagens e histórias bem elaboradas

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Luís Leonel, Publisher e editor de revista segmentada

Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Luís Leonel trabalhou como editor em alguns dos maiores meios de comunicação do Brasil, como Gazeta mercantil, Revista Exame e Folha de São Paulo e palestrou para alunos de Comunicação Social e de Administração da Universidade São Marcos.

Leonel abre a palestra falando sobre a crise que as mídias impressas têm sofrido e a perda de leitores para a internet, crise está que é atribuída erroneamente à atual crise econômica mundial, mas já tem afetado o mercado jornalístico há um certo tempo. Foram apresentados alguns pontos que são benéficos à internet em relação ao impresso, como os gastos com o papel, a gráfica e a distribuição, além de apontar que esse novo meio de comunicação não gasta com profissionais, acusando-os de copiar as matérias ou formular releases de matérias publicadas nos grandes meios impressos. Expôs-se, também, as crises dos grandes jornais internacionais Wall Street Journal, Financial Times, New York Times, LeMonde com prejuízo e corte de funcionários e este assunto foi exemplificado pela reação do WSJ que decidiu vender assinatura “em pedaços”.

O jornalista, então, começa a falar da segmentação nos meios impressos e afirma que a dificuldade da internet em angariar os leitores de revistas segmentadas é porque nestas revistas o assunto é tratado em profundidade e os meios de comunicação da internet não têm profissionais especializados para que exista uma concorrência e diz que o número de tiragem não é o que define o meio de comunicação como segmentado, isto apenas acontece através da especialização. Ele ainda explica que esse mercado trabalha com conhecimentos técnicos, questionamento profundo, consulta a fontes especialistas e excelente apuração dos fatos, além da capacidade de elaborar boas histórias com as informações obtidas. Neste ponto, Leonel enfatiza a importância de saber trabalhar com legendas, títulos, fotos, gráficos, tabelas e o encaixe dos números nessas histórias bem escritas para que a informação não seja esquecida pelo leitor e que complementem a informação escrita.

Foi elaborada, ainda, uma comparação entre a entrevista especializada e os jornalistas que escrevem em setores específicos dos jornais (os cadernos) e é desta forma que os meios de comunicação de massa tentam focar os interesses particulares do público. Aqui, ele observa que todo jornalista tem que estar envolvido com o setor pelo qual é responsável a cobertura e as fontes que consultam, mas ressalta que o jornalista especializado tem mais propriedade ao tratar de determinados assuntos.

Apresentou-se em síntese o processo de elaboração da revista, tendo início na pauta em que se discute o que cada um acha que tem potencial para virar reportagem (aqui, usa-se o termo “venda” de potencias para a próxima edição), com a aprovação da sugestão, o jornalista busca mais informações e entrevista com fontes confiáveis. Tendo estas informações, o jornalista escreve uma prévia do que será a reportagem que é avaliada e proposta de alterações ou que se trabalhe mais em cima daquelas informações.

Com os textos prontos, decide-se qual será a matéria e as chamadas de capa, qual o número de página para cada matéria, o que deve ser fotografado ou deverá ter alguma representação gráfica, onde e quais propagandas integrarão o resultado final. Neste ponto, Leonel alerta pelo erro comum das revistas segmentadas que é pautar as matérias de sua revista vinculando aos anúncios e garante que não saber separar a parte jornalística e a parte publicitária pode comprometer a longevidade do meio.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Claudia Neves, locutora e coordenadora geral da Rádio Comunitária de Heliópolis.



Formada em jornalimo pela Universidade São Marcos, Claudia Neves é voluntária na Rádio Comunitária de Heliópolis e em sua palestra contou um pouco sobre a história da rádio, falou sobre a relação com a comunidade e discutiu sobre a burocracia de se legalizar e funcionar como rádio comunitária.

Em seu início, a rádio funcionava no sistema de corneta e alto falante e toda a comunidade ouvia. Surgiu com o intuito de facilitar a comunicação com os moradores e mantê-los informados sobre os acontecimentos dentro da favela. Em 1997, entrou em freqüência moldulada (FM).

A história foi contada através de um vídeo de TCC produzido por alunos da Universidade Anhembi Morumbi de 2006 com o fechamento da rádio através de uma operação da Polícia Federal denominada “Operação Sintonia” que, naquele ano junto a Anatel, fechou todas as rádios consideradas piratas. Neste documentário foram relatados a história, o surgimento e as intenções da rádio, e colhidos os depoimentos de responsáveis, dos locutores, de colaboradores, da população de Heliópolis e de especialistas.

Claudia contou alguns acontecimentos engraçados do cotidiano da rádio e disse que poucos dos locutores são formados, mas eles fazem um trabalho excelente e voluntário. Ela ainda falou sobre a sensação quando a rádio foi fechada e todo o processo para ter a concessão e poder voltar a funcionar de forma legalizada, falou de todo o processo burocrático que não desanimou e ressaltou que o retorno foi possível graças as parecerias com universidades, ONG’s, comerciantes, funcionários e a comunidade.

A Rádio Heliópolis, segundo a palestrante, aceita investimento e colaboração diversos e sem discriminação, desde que não influencie a essência do projeto. Ela narra sobre a relação entre a rádio e a comunidade, relação de proximidade que é inusual em rádios comerciais. Em rádio comunitária a ideia principal é a prestação de serviço, anunciar documentos perdidos, crianças desaparecidas, avisar sobre época de vacinas ou palestras com profissionais da área de saúde, incentivo à cultura, entre outros. Claudia cita que, à época do fechamento, para a população não sair prejudicada com a falta de informações, eles andavam pelas ruas da comunidade montados em uma bicicleta e com um reprodutor de áudios gravados que anunciavam alguns dos itens de maior importância.

Finalizando a palestra, Neves fala do relacionamento que ela tem com a rádio, diz que começou como estagiária e que não é moradora de Heliópolis, nunca se incomodou em se deslocar para apresentação do seu programa e que, em um lugar onde só há voluntários, todos fazem um pouco de tudo. Ela conta ficou chateada com o fechamento da rádio e da alegria quando puderam voltar a funcionar. Fala ainda que já recebeu propostas para trabalhar em outro lugar, mas só pretende aceitar quando esse novo trabalho puder ser conciliado ao trabalho que presta à Rádio Comunitária de Heliópolis.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Wanda Alviano, editora do Jornal Hoje da TV Globo



A palestra de 11/05 com Wanda Alviano tratou da edição de reportagens para a televisão. Wanda é formada na Universidade Metodista, já trabalhou na TV Record e agora é uma das responsáveis pela edição do Jornal Hoje, que é exibido de segunda a sábado às 13:15 pela TV Globo. Ela defende que editar é fugir da mesmice, ou seja, transformar um assunto que já foi ou está sendo tratado por outros jornais e emissoras em uma matéria inovadora que busque captar o interesse do telespectador.

Ela explicou o processo de pauta de uma reportagem que é baseado em um sistema de 20% de pergunta e 80% de resposta, a proposta é que as perguntas orientem o direcionamento da matéria, o que será abordado. Além disso, o repórter tem um roteiro a ser seguido, pois o chefe de reportagem já entrou em contato com o entrevistado ou o responsável pelo lugar onde será gravada a matéria, lá terá detalhes de onde encontrar o entrevistado, quem ele é e os dados que serão a base do assunto da matéria. A palestrante ainda disse que, diante de um assunto factual (assunto de destaque midiático) cai a pauta projetada inicialmente e uma nova tem que ser preparada rapidamente.

Comentou-se também a respeito do personagem da matéria, sujeito que será o centro da história relatada. Quando questionada sobre a escolha do entrevistado que será o personagem, Alviano diz que, com a acessibilidade da internet, as pessoas costumam enviar e-mail contando suas histórias e, àquelas que julgarem interessantes, será elaborada a pauta sobre o assunto e o remetente do e-mail. Sobre a edição, falou-se de maneira mais simplificada e ficou exposto o trabalho que é feito através de gravação das imagens, o cinegrafista procurando os melhores ângulos, o repórter fazendo a entrevista, esse material chamado de fita bruta chega à edição junto com o áudio da matéria na qual o repórter narra as informações para que sejam mescladas com as imagens gravadas e editadas. Muitas vezes, o entrevistado disserta muito tempo e até sobre assuntos que não são relacionados com o tema. Nesse sentido, edita-se todo o conteúdo e limita a resposta às palavras que se relacionam com todo o contexto e isto é feito para que o telespectador não desprenda a atenção e, desta forma, compreenda o que está sendo abordado.

Durante a palestra evidenciou-se o trabalho em equipe que se executa ao preparar uma matéria, tendo que estar em sincronia o trabalho executado pelo repórter, cinegrafista, motoboy (que leva as fitas para a redação), editor, arte e design, editor-chefe. Uma falha compromete o resultado final que foi possível com a execução com eficiência de cada tarefa.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Semana da Comunicação

De 11 a 15 de maio, a Universidade São Marcos disponibiliza aos seus alunos do curso de Comunicação Social - Jornalismo ou Publicidade e Propaganda palestras com profissionais da área, ficando em aberto perguntas feitas por alunos e discussão de temas diversos.

Os palestrantes serão Wanda Alviano (TV Globo), Claudia Neves (Rádio Comunitária de Heliópolis), Luis Leonel (Revista Investidor Individual), Ronildo Santos (Band) e Paulo Samá (Eugênio Publicidade). Durante toda esta semana, as postagens serão relativas às palestras assistidas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

"FilmeFobia" - por Kiko Goifman


Medo de palhaço, de borboleta, de botões, de sangue, de aranha, de ralo, de penetração, da morte, claustrofobia, entre tantas outras fobias inusitadas que foram tratadas sem preconceitos por Kiko Goifman em seu longa de 80min "FilmeFobia".

Dia 29 de abril de 2009, o diretor do filme esteve no auditório do campus Santa Paulina da Universidade São Marcos para discutir com os alunos de Comunicação Social e Psicologia sobre o tema do filme que está em cartaz no Espaço Unibanco Augusta em São Paulo. "FilmeFobia" trata as fobias de forma irreverente e humorada, e seu ator principal é Jean Claude Bernadet que, no filme, acredita que a única imagem verdadeira de um ser humano é quando este encara seu objeto de fobia.

Respondendo às perguntas dos alunos, Kiko explicou que os limites estabelecidos por ele e pela equipe foram pré-estabelecidos pelos participantes do filme - atores, fóbicos e atores com fobia, além de atuação do próprio diretor que tem fobia de sangue - que o fizeram de forma espontânea. Além disso, o código de segurança estipulado era o de gritar o próprio nome, argumentando que o próprio nome não se esquece, e o diretor afirmou que ninguém desistiu durante as gravações.

Durante a palestra, Goifman foi questionado se houve algum intuito terapêutico na produção deste longa, o que foi negado e dito que apenas expôs pessoas a seus medos, mesmo que estes não sejam tão conhecidos ou amplamente discutidos por não afetarem a vida social da pessoa como no caso de homofobia, xenofobia, sindrome do pânico, agarofobia, etc. Concluiu-se, então, que muitas pessoas sofrem de diversas fobias e que discutir sobre o medo e até enfrentá-lo faz bem.

O caso mais curioso que Kiko enfatizou foi sobre a fobia de anão, pois é um ser humano que sente medo incontrolável de outro, e o fóbico disse se sentir envergonhado e até ridículo por isto, enquanto os anões afirmam que compreendem que é algo involuntário, o que difere do preconceito que eles sofrem.

Comentou-se ainda sobre outros filmes dirigidos por Kiko Goifman, tais quais "Aurora", "Tereza" e "Trinta e Três" que tratam de assuntos tabus como prostituição de mulheres idosas em São Paulo, cotidiano de uma penitenciária e a busca de um homem de 33 anos durante trinta e três dias por mãe biológica, respectivamente.

Ainda foi discutido sobre o cinema brasileiro atual, as parcerias necessárias para a produção independente de um filme, houve critica quanto ao valor atribuído em excesso ao Oscar que só premia filmes comerciais e da valorização e investimento vindos da Europa nestas produções não-comerciais e isto é perceptível através de festivais como Cane, Veneza e Berlim. Goifman elogia a Índia que consume sua própria produção cinematográfica e que a eles não importa a propagação de sua cultura.

A palestra é finalizada com a distribuição de ingressos aos alunos interessados em assisitr o filme recém-lançado e, aqui, fica a dica para este e outros filmes de Kiko Goifman.

Veja o que foi dito sobre o filme em mídias como Folha de São Paulo, G1, Programa Zoom da TV Cultura. E veja também no site oficial de FilmeFobia.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Preconceito Linguístico


Escrito por Marcos Bagno, o livro “Preconceito Lingüístico: o que é, como faz” é dividido em apresentação dos mitos que baseiam o preconceito contra as variedades existentes na língua portuguesa, determina um círculo vicioso formado pelo ensino e a gramática tradicional e os livros didáticos, somando a estes itens personalidades reconhecidas como consultores de português ou gramáticos que disseminam tais preconceitos, discute quais atitudes podem ser tomadas para minimizá-los e expõe um novo método de lecionar a ser utilizado e finaliza com a exposição da ojeriza de gramáticos para com os linguistas e a ideia que os mesmos apresentam de um português ortodoxo, ou seja, a norma considerada culta sendo unicamente considerada como correta.

O autor defende que a variedade linguística ocorre de acordo com características como região, cultura, nível de educação, economia local, classe social, poder aquisitivo, entre outros e que, por isso, nota-se tantas diferenças na fala dos brasileiros, ou seja, a língua é aprendida pelas crianças conforme sua convivência e, para ela, esta é a única língua existente. Quando começa a frequentar a escola é que se torna possível desenvolver a variedade linguísticas que este sujeito tem conhecimento e apresentar a ele algumas outras junto com o senso crítico de como e quando usá-las.

A proposta central do livro é o ensino de como usar a língua para instigar a curiosidade e as habilidades em fazê-los, depois desta etapa estar avançada, sugere-se que ensine sobre a língua, ou seja, regras e normas gramaticais. O “saber usar a língua” é conceituado pelo autor como alfabetização, interpretação e compreensão do que se lê e se escreve, além do desenvolvimento da consciência e do senso crítico. A partir daí, o aluno estará apto a aprender e aplicar as regras de gramática e saberá discernir qual a circunstância adequada para ele usar as variedades linguísticas que ele conhece, atingindo seu objetivo principal dese fazer entender, de comunicar.

Dentre as abordagens do livro, Marcos Bagno critica comparações feitas entre o português utilizado em Portugal e no Brasil, debatendo sobre as mudanças ocorridas em cada um destes países que adaptou sua língua de acordo com o que viveu e em que se transformou e defendendo as inivitáveis mutações da língua que é viva e evolui em conjunto com a evolução da sociedade, ou seja, de seus falantes.
Os argumentos elaborados, organizados e apresentados foram analisados por mim em comparação à redação jornalística produzida e veiculada por meios de comunicação. Estas redações são elaboradas e direcionadas para um público determinado ou abordando determinados temas e, assim sendo, a linguagem utilizada tem que causar impacto, criar identificação e comunicar, o que é viabilizado pela variedade linguística existente em nossa sociedade. Em outras palavras, a linguagem que os meios de comunicação utilizam se adapta para garantir a inteligibilidade da mensagem transmitida.

A abordagem passional do autor implica em seu conteúdo, tornando-o tendencioso e, por vezes, maçante e cansativo. Na tentativa de mostrar as variações da língua e provar que elas têm fundamento, o autor passa ao leitor justificativas quanto aos “erros” cometidos e pode, desta forma, adotar um protecionismo quanto a limitação social usar somente a variedade da língua que conhece e é neste ponto, acredito, que os gramáticos mais severos se apoiam para tentar depreciar a postura do linguístas e afirmar que estes defendem o “vale-tudo”. Sendo assim, aconselho a leitura deste livro para que sua proposta seja refletida por profissionais que têm a língua como ferramenta de trabalho, mas com a ressalva de que seu conteúdo não é neutro.


"Existe um mito ingênuo de que a linguagem humana tem a finalidade de 'comunicar', de 'transmitir ideias' – mito que as modernas correntes da linguística, como a sociologia da linguagem e a análise do discurso, vêm tratando de demolir, provando que a linguagem é muitas vezes um poderoso instrumento de ocultação da verdade, de manipulação do outro, de controle, de intimidação, de opressão, de emudecimento. Ao lado dele, também existe o mito de que a escrita tem o objetivo de 'difundir as ideias'. No entanto, uma simples investigação história mostra que, em muitos casos, a escrita funcionou, e ainda funciona, com a finalidade oposta: ocultar o saber, resevá-lo a uns poucos para garantir o poder àqueles que a ela têm acesso."

Preconceito Linguístico: o que é, como se faz; de Marcos Bagno; Ed Loyola; 50ª edição; junho de 2009, SP

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fontes de notícias

No 1º semestre, uma professora nos disse que "pior que o sujeito que não lê nenhum jornal é o sujeito que lê apenas um". Na época, iniciantes no curso e na vida acadêmica, este comentário causou efeito, mas já perdeu seu sentido no decorrer de um ano de curso. De fato, um estudante não pode ler todas as notícias de todos os meios de comunicação, além de inviável esta atitude é redundante.

Neste 3º semestre, uma outra professora disse que "sair lendo todos os jornais e sites de notícia não é válido, afinal, você irá perceber que as notícias são as mesmas e são dadas da mesma forma". Baseado nestes dois comentários é que se desenvolve este texto.

Como estudante universitária digo que ler muitos jornais, revistas e sites, assitir telejornalismo, ler textos e livros preparatórios para as aulas, ler livros de entretenimento ou de interesse, execução dos trabalhos acadêmicos e do trabalho remunerado não é compatível com o tempo que um estudante dispõe. O futuro jornalista tem que absorver notícias de fontes diversas se possível, mas o essencial é que essas informações sejam de confiança e transmitida com a maior neutralidade que aquele meio possa transparecer.

Particularmente, não gosto de notícias passadas por meios de comunicação que assumem partidarismo político, econômico ou ideológico (explícita ou implicitamente), mas procuro acessá-los mesmo assim. Todo e qualquer meio de comunicação possui o seu "lado" mas isso não pode influenciar de forma óbvia a notícia que é passada porque, assim, há descrédito por parte da fonte.

Indico os meios que costumo usar para me manter informada, salientando que não são os únicos: Uol, Rádio CBN, Folha de São Paulo e Folha OnLine

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Comunicação Comparada

Existe uma preocupação por parte da sociedade com os meios de comunicação de massa porque são persuasivos, além de onipresentes, têm o poder de controle social e de provocação de efeitos. Estes meios alienam e controlam opiniões, direcionam desejos de consumo, reforçam as normas sociais; também provocam efeitos desgastados e consumidos, o público não se esforça em procurar sensações novas. Este contexto pode ser resumido na seguinte sentença "Os meios de comunicação de massa procuram atingir o maior número de pessoas, controlam informações, direcionam ações e pensamentos, facilitam o conteúdo exposto, provicando efeitos pré-existentes e, assim, deterioram o gosto popular.".

Com a democratização do ensino e os avanços tecnológicos, amplou-se o mercado para as obras de arte. No entanto, a audiência recebe instrução formal para ler e compreender sentidos superficiais sem que haja grande esforço ou reflexão para isto e estw ripo de educação não é o suficiente para a leitura de uma obra de arte. Com isso, o público não é exigente, aceita conteúdo mediano que lhe é oferecido, com mensagem original banalizada que deteriora o gosto e a cultura popular.

Os meios entretêm, provocam efeitos e propõem ao público conteúdo de baixo nível capaz de distrair a sociedade dos seus problemas e preocupações. Algumas de suas principais funções são: ATRIUBIÇÃO DE STATUS - prestígio social dado àquele que se destaca da massa e tem espaço nos meios de comunicação. Este status pode ser de origem pessoal (sensação de conquista), intelectual (falsa impressão de inteligência e cultura), político (fatos destacados na mídia no qual fizeram parte alguns personagens políticos), de movimentos sociais (valor atribuído a campanhas de conscientização) ou organizacional (atribuição de prestígio a um produto ou uma empresa através de propagandas); EXECUÇÃO DAS NORMAS SOCIAIS - ao exibir ao público os desvios comportamentais, os meios de comunicação de massa reiteram as normas sociais quanto à política, religião, economia, ao sistema governamental, comportamento etc; DISFUNÇÃO NARCOTIZANTE - relação superficial com os problemas sociais, apesar de ter conhecimento quanto a esses problemas, nada é feito para solucioná-los; CONFORMISMO SOCIAL - controle social dos meios de comunicação de massa que não estimulam a reação social, omitindo questão importantes para a sociedade dado ao interesse econômico. Essa influência pode ser explícita ou implícita.

Em arte entende-se pela expressão 'mau gosto' o efeito pré-fabricado e imposto. Na confecção uma obra de arte há embasamento no contexto sócio-cultural, sendo bem produzido sem pensar nos efeitos que esta obra poderá causar. Quando o produto é elaborado baseado em cópia ou imitação de algo ja feito antes e com a intenção de causar um efeito pré-existente e com fins lucrativos pode ser considerado Kitsch.
O Kitcsh é um termo que Walther Killy atribuiu a produtos que imitam um outro original, mas com má qualidade e gosto e é considerado uma mentira artística por não oferecer a experiência de novas sensações, apenas efeitos consumidos e gastos, causando a falsa sensação ao público de que se consome produto oriundo da cultura superior. Já o Midcult faz uso de algumas ferramentas de obras de sucesso por julgar conveniente, banaliza e facilita o conteúdo original. Desta forma, o produto midcult se passa por obra artística inovadora, pretendendo atribuir status cultural a quem o consome. A crítica existente em cima do Kitsch e do Midcult é por estes produtos serem produzidos em excesso, consumidos como cultura de maneira impensada e, assim,enganam o público que o consome.

terça-feira, 21 de abril de 2009

História do Rádio no Brasil

Rádiodifusão é conceituada por transmissão de sons através de ondas para um número indefinido de ouvintes, destinado ao público em geral, não exige recursos do seu público, como saber ler, por exemplo. As primeiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, muitos países faziam experimentos, mas como não havia comunicação simultânea, não é possível afirmar com absoluta certeza quem foi o pioneiro. Guglielmo Marconi é considerado, oficialmente, o pai do rádio dado a uma transmissão a distância feita em 1896; Padre Roberto Landell de Moura fez experimentos e sua primeira transmissão foi num raio de 8km em 1892. O aperfeiçoamento das tecnologias melhoraram a qualidade e o alcance da transmissão, possibilitaram, também, uma forma diferente de aproximação entre as pessoas e suprimiu o tempo e o espaço.

A primeira emissora de rádio brasileira foi a Rádio Clube Pernambuco fundada em 06/04/1919, mas seu público era elitizado e a rádio não teve grande repercussão pois usava aparelhos receptores que não eram comuns nas residências. Oficialmente, a primeira transmissão de rádio foi em uma comemoração do centenário da Independência, em 07/09/1922, onde a empresa americana Westinghouse transmitiu o proununciamento do presidente Epitácio Pesssoa a Petropólis, Niterói e São Paulo, seus aparelhos tinham 500 watts de potência e a transmissão partiu do Corcovado.

Em 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi fundada por Henrique Morize e Edgard Roquette Pinto. As rádios daquela época não tinham fim comercial e eram mantidas através de contribuições, por isso as emissoras tinham nomes como "sociedade" e "clube". A Rádio Sociedade do RJ realizou o primeiro programa de radiojornalismo, o Jornal da Manhã. Em 1936, sem condições de se sustentar, a emissora entregou seus equipamentos ao governo que fundou uma rádio, hoje conhecida como Rádio MEC. Getúlio Vargas regulamentou em 1931 o funcionamento técnico das emissoras e em 1932 autorizou a veiculação de propagandas, dando início a rádio comercial. O rádio começou a crescer, ganhou espaço na mídia impressa da época e despertou o interesse dos empresários donos de jornais e revistas. Em 1935, Assis Chauteaubriand convidou Guglielmo Marconi para a inauguração da Rádio Tupi.

A Noite era um grupo de mídia impressa muito influente à época, fundado por Irineu Marinho e José Marque da Silva em 1911. Em 1925, Irineu deixou a sociedade e fundou "O Globo", Marques da Silva uniu-se a Geraldo Rocha e ampliou o campo de atuação do grupo. Em 1929 foi construído o Edifício A Noite, com 22 andares e visto com destaque na cidade do Rio de Janeiro. A Rádio Phillips foi comprada em 1933 e três anos depois, no dia 12/09 às 21h, começaram as transmissões da Sociedade Civil Brasileira Rádio Nacional, ao som de Luar do Sertão e com a frase "Alô, alô Brasil! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.".

Fundada em 1936, A Rádio Nacional foi peça fundamental na Era de Ouro do rádio durante a década de 1940 e 1950. Transmitiu programas como Repórter Esso, César de Alencar, Balança mas não cai, o concurso A Rainha do Rádio, Cancioneiro Rayol, Almanaque Kolynos, Um milhão de melodias, O direito de nascer, além de possuir um bom elenco e lançar ao estrelato nomes importantes como Chacrinha, Paulo Gracindo, Emilinha Borba, Cauby Peixoto, Ângela Maria, etc.

Com o surgimento da televisão em meados de 1950, a audiência do áudio começou a declinas, junto com seus lucros, com os investimentos e o elenco. Os programas e profissionais de sucesso migraram do rádio para a TV, os lucros com a propaganda tiveram que ser divididos e a televisão somava o áudio que o rádio possuia com o visual do cinema e, diante aos problemas que surgiram, o rádio se viu obrigado a de adaptar-se à nova realidade para não perder público e lucros. A Rádio Difusora de São Paulo foi a primeira a atuar exclusivamente em Frequência Moldulada (FM).

As principais características do rádio são imediatismo, sensorialidade, regionalismo, simplicidade, intimidade, acessibilidade, mobilidade, transmissão e anúncio a custos baixos. O rádio informa, provoca noção de comunidade, mobiliza recursos públicos e privados, incentiva a renda e o consumo. É um meio de comunicação de massa e pode ser classificado como tal por possuir audiência ampla e heterogênea, por definir a mensagem pela média de gosto, as mensagens são curtas e repetitivas.




Dica de leitura:

"A Era do Rádio", de Lia Calabre;
"Rádio Nacional", de Luiz Carlos Saroldi e Sonia Virgínia Moreira.

sábado, 18 de abril de 2009

Estética e Comunicação de Massa

Estética está intimamente relacionaodo ao "belo" e este padrão é definido pela sociedade, é condição da composição de obras de arte, como estilo, perfil e outras características; Obra de arte é uma forma de manifestação cultural, criada dentro de um contexto social, possui significado original e possibilita interpretações ambiguas que pode variar de acordo com o contexto hitórico-social que influencia na formação de sentido do recptor. Um grupo de pessoas que se veem unidas por determinado interesse é considerado massa, no entanto, os indivíduos que compõe essa massa possuem um relacionamento frouxo e estão isolados. Apesar de estarem integrados à massa, recebem e interpretam a mensagem de maneiras diferentes, de acordo com a subjetividade que é individual.

A informação, cultura e o conhecimento estavam sob o poder da Igreja, mas com a democratização e a dessacralização da obra de arte, cultura e conhecimento ficaram à disposição de toda a sociedade e com a Revolução Industrial, esse conteúdo passou a ser produzido em série com fins lucrativos. Sociedade de consumo, industrialização, urbanismo, universalização do ensino, novas tecnologias e ruptura do espaço-tempo são fatores históricos que contribuíram para o surgimento da Indústria Cultural que produz entretenimento com baixa qualidade com intuito de alienar, formar opiniões e lucrar. Estes meios de comunicação de massa possuem uma sistematização que possibilita que seja integrado à indústria cultural, e isto pode ser observado na produção em série para vender mais; o formato padronizado para que o conteúdo seja o mesmo em qualquer lugar; a distribuição segura para amplo alcance; a uniformização da sociedade, como se criasse uma cultura universal, para que a mensagem seja entendida por todos. Entende-se por comunicação de massa a exposição simultânea de um conteúdo para uma audiência ampla, heterogênea e anônima. O ponto de convergência dessa audiência é o interesse em receber a mensagem e a formação de sentido. A mensagem transmitida por estes meios é pública, simultânea e transitória, ou seja, de consumo imediato.

Umberto Eco elaborou uma crítica à indústria cultural em Apocalípticos e Integrados, e no capítulo "Alto, médio e baixo" - em que os termos alto, médio e baixo fazem referência aos níveis de cultura (high culture, midcult e masscult) - Eco critica a postura social de optar pelo conteúdo que lhe pareça mais fácil, não questionando o conteúdo que lhe é oferecido e vendido como cultura. A crítica também é direcionada ao midcult que usa estilemas da arte, banaliza o conteúdo original; critica-se, ainda, a falsa ideia de ensino universalizado pois nem todos têm acesso ao conhecimento e os que têm não são incentivados a buscar informações complementares sobre o que aprenderam. Neste costexto, Adorno culpa a massa pelo conteúdo medíocre que recebe, e acredita que isso acontece porque a sociedade não reage contra esta situação "a culpa não é do assassino, mas sim, do morto", diz ele.

As críticas mais comuns feitas contra os meios de comunicação de massa é o nivelamento de acordo com a média de gosto, destruição de características culturais, provocação de emoções pré-estabelecidas, encoraja visão passiva e acrítica, controle social; já a defesa da indústria cultural é que não é de origem do sistema capitalista, mas da sociedade industrial, uma forma simples de comunicar para muitas pessoas ao mesmo tempo, forma de levar conhecimento e cultura a sociedade.



Dica de Leitura:

"Apocalípticos e Integrados", de Umberto Eco

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Profissão Repórter Procura


O Profissão Repórter encontra personagens e narra histórias, abordando temas diversos. Além disso, mostra um pouco dos bastidores da produção de uma reportagem e tem sua equipe repleta de "focas", ou seja, profissionais recém-formados.

O programa Profissão Repórter abriu inscrições para integrar mais um em sua equipe, devendo enviar a gravação de um vídeo respondendo em 1 minuto a questão proposta: "Por que quero ser repórter?" Mais informações a respeito, acessem o site do programa. Uma outra exigência é que o candidato tenha se formado nos anos de 2007 ou 2008.

Sempre fiquei encantada com o trabalho de áudiovisual, mesmo tendo pouco interesse em trabalhar nesta área. Este programa da Rede Globo reiterou a graça que a televisão cede à notícia, mostrando temas delicados, tentativas e abordagens erradas ao produzir a matéria, o repórter no dilema de se portar como profissional ou sucumbir às emoções.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Devo seguir em frente ou devo parar agora...?

Eu sempre defendo e insisto para que o vestibulando esteja muito bem informado quanto so curso que pretende estudar. O excesso de informação favorece ao aluno e diminui as chances de decepção quanto ao curso e a profissão. Deve-se pesquisar sobre a profissão, ler bastante a respeito das possibilidades que a profissão te propõe, realizar testes vocacionais, visitar universidade que ofereça o curso, conversar com gente formada, estudante no fim da graduação, estudante do início, use o Orkut para algo útil.

Costumo dizer que é essencial que a pessoa estabeleça relação de paixão com a carreira para optar por ela na hora do vestibular, pois a vida de universitário é difícil, exigente, corrida e estressante mas, se está apaixonado e certo daquilo que quer, tudo isso só servirá como motivação para seguir em frente. Caso contrário, qualquer impecilho será fundamental ´para o abandono do curso de graduação.

Veja a matéria tirada da Folha de São Paulo a respeito deste assunto.

"Conhecer curso antes é essencial, diz psicoterapeuta

DA REPORTAGEM LOCAL

Obter o maior número de informações sobre o curso pretendido é uma das principais dicas para se evitar a decepção após o ingresso na faculdade. "Existe a falta de identidade com a área, claro", diz Leo Fraiman, psicoterapeuta especializado em orientação vocacional. "Mas conhecer mais sobre a graduação já ajuda bastante".
Outra sugestão dada por especialistas é conversar com graduandos dos últimos anos e com recém-formados. "É importante saber da grade curricular do curso e sobre a situação do mercado de trabalho", afirma a professora do Departamento de Psicologia e Educação da USP de Ribeirão Preto, Lucy Leal Melo-Silva.

"Quando estiver com muita informação sobre o que quer fazer, mas muita mesmo, o candidato deve conversar com os pais", diz ela, que é especialista em orientação vocacional. Outro passo é consultar um orientador profissional.
Lucy aponta que, escolhendo uma carreira mais generalista -como medicina ou comunicação social-, há mais chance de acertar. "Isso porque, fazendo graduações mais específicas, é mais difícil conseguir um emprego, e aí pode estar um motivo para a evasão", diz ela.

Mas a dificuldade em acertar na primeira nem sempre é um problema só do aluno: "Todas as escolas deveriam ter um orientador profissional." (LAS)"

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Memórias de Minhas Putas Tristes




Dia 31/03/2009 eu li no site da UOL a notícia que Gabriel García Márquez provavelmente não escreverá mais livros.
Nos meus tempos de colégio, uma amiga que admirava muito instigou minha curiosidade a respeito de um dos livros de Gabo, "Memórias de minhas putas tristes" o nome me chamava muito a atenção e me fazia imaginar os mais irreverentes enredos. No ano passado, eu baixei um e-book e me saciei nessa história que mescla sacanagem e inocência, paixão pela vida e a incessante descoberta de como viver. A história toda me intrigou e despertou em mim alguns sentimentos bons em relação a arte de saber viver.

Artistas como Ana Carolina e Dance of Days citam uma das obras mais famosas do autor, Cem anos de Solidão, nas canções "Violão e Voz" e "Comerciais de Cigarro", respectivamente.

Fica a minha dica de leitura. Segundo as matérias, García Márquez tem livros inéditos que ainda não foi decidio se serão ou não publicados. Esperamos que sim.


"O que há de mais interessante no livro de Garcia Márquez é a descoberta da através de um amor sincero e inocente e a intensa vontade de viver numa idade em que se espera quando irá morrer. Essa abordagem é uma contraposição ao que é exigido pela sociedade: envolvimento de um homem de idade avançada com uma garota menor de idade; esperar o que será da vida aos 90, em que se espera quando e como irá morrer.

A segunda particularidade do livro que chama a atenção é como ele usa o jornalismo por esse amor: primeiro, declarando-se através de suas crônicas dominicais e despertando, assim, o espírito romântico por ora esquecido em seus leitores; o outro uso que ele faz da influência do jornalismo é em sua busca desesperada por informações de sua amada, tendo acesso a hospital e fábrica devido à crença de que o jornalista escreveria algo que, certamente, traria lucros para estes locais.
" Comentário de minha autoria sobre o livro "Memórias de Minhas Putas Trsites".

"Ele conclui suas memórias, então, dizendo que depois de tudo que viveu, todas as suas aventuras, somente aos 90 anos é que ele realmente descobriu o prazer e a felicidade em sua forma mais pura e verdadeira." Conclusão, também de minha autoria, do resumo feito sobre o mesmo livro.

Veja mais sobre essa notícia no site do Jornal da Globo.

terça-feira, 31 de março de 2009

Rádio

Neste 3º semestre tenho tido aula de História do Rádio e da TV no Brasil com a professora Daniele Gross. A primeira impressão que tive foi de que a aula seria bem chata, não por envolver fatos históricos, mas por suas datas e nomes a serem lembrados.

Está em andamento (na fase final, diga-se de passagem) um trabalho sobre os programas de rádio das décadas de 1940 e 1950. Tudo indicava grande dificuldade em encontrar material e informação para que o trabalho ficasse completo. Engano. Nos deparamos (eu e meu grupo) com a "ERA DE OURO" do rádio em que houve programas marcantes, muitos dos quais delinearam o rádio e o jornalismo tal como é hoje em dia.

Chacrinha, Luiz Gonzaga, concurso A Rainha do Rádio, radionovelas, radiojornalismo Repórter Esso, programas de auditório, Rádio Nacional, programas de humor, decadência do rádio por causa da televisão e a necessidade de se reformular inventando as FM's para garantir sua audiência foram algumas das coisas aprendidas neste processo de quase um mês de pesquisas e discussões em grupo.

Foi interessante entender como o rádio era importante naquela época, entender como era um meio de comunicação essencial para vida dos ouvintes e dos locutores: os primeiros se reuniam em torno do rádio vestido com suas melhores roupas, os últimos aperfeiçoavam suas vozes e maneiras de interagir com o público e atribuindo todo um encanto ao rádio.

O envolvimento foi tamanho que passei a ouvir rádio (coisa que há tempos não fazia) e o faço com ouvidos atentos e mentalidade mais crítica.