segunda-feira, 18 de maio de 2009

O poder da imprensa

Os meios de comunicação são muito influentes para a opinião pública e o cenário político, é chamada por alguns de “O 4º Poder”, aliás, existe um filme de mesmo nome tratando do mesmo assunto. A mídia é responsável pelas notícias que reportam e, indiretamente, pelas atitudes que essas notícias podem acarretar.

Falo disso por causa de um episódio recente em que, mais uma vez, a mídia mostra o poder exercido sobre a sociedade. O deputado Sérgio Moraes (PTB) foi destituído do cargo de relator do processo contra o também deputado Edmar Moreira (sem partido), o deputado do castelo, após um confronto com a imprensa. Em uma entrevista, o deputado demonstrou tendência em absolver o colega de profissão, ao ser questionado se não temia a reação da opinião pública em resposta a esta atitude, Moraes declarou estar “se lixando pra opinião pública”, completando que os jornalistas poderiam publicar o que quisessem pois, no final, ele seria reeleito.

A repercussão desse caso foi imensa, toda vez em que era citado, mencionavam-no como “o deputado que se lixa para a opinião pública”, isso em todos e quaisquer meios de comunicação. Outros deputados tiveram que encarar a imprensa e tentar responder e justificar em nome da categoria, dizendo que se importavam sim com a opinião pública, que a opinião pública é a base do trabalho deles, afinal é em nome desta opinião que os políticos auxiliam o governo, entre outras.

Resultado: o destaque midiático ao ocorrido, fez com que o deputado Sérgio Moraes perdesse forças, foi afastado do cargo de relator de processo de Ética, foi criticado por colegas e causou a sensação de mal-estar. Apesar de tudo isso, ele afirma que a declaração foi infeliz, mas disse que a faria novamente se fosse necessário e tenta justificar que sua frase dói editada e pincelada de acordo com os interesses da mídia.

De qualquer forma, este embate de deputado e imprensa mostrou o quanto esta segunda é influente e, quando quer, faz com que os responsáveis por administrar o nosso país mudem suas atitudes para que o conflito não tome proporções maiores e eles saiam perdendo.

domingo, 17 de maio de 2009

Visite o Museu da Língua Portuguesa




Um dos pontos culturais de São Paulo mais freqüentados por pessoas de todas as idades, desde estudantes a profissionais, um paulistano não pode deixar de visitá-lo. A entrada é barata, o divertimento é garantido e o interesse pela língua tende a crescer.

Poder ser visto no Museu um curta narrado por Fernanda Montenegro sobre a língua e linguagem, logo após tem o “planetário das poesias” – uma sala fechada e escura com poemas sendo narrados e projetados nas paredes e no chão. Há dois painéis, o eletrônico que mostra pequenas histórias contadas através de imagens em movimento e um outro que traça uma linha do tempo sobre a linguagem e a sua importância nas sociedades. Há também pequenas mesas separadas por culturas influentes em nosso vocabulário, como a americana, francesa, italiana, africana entre outras. Neste espaço há objetos que representam esta cultura estrangeira e nas telas pode se conhecer mais a respeito das palavras que integraram à nossa cultura, seus significados, mutações e história daquela cultura. Para descontrair, há uma sala em que se pode montar palavras juntando sílabas projetadas em uma mesa, quando o objetivo é alcançado, conta-se a respeito da história e as situações em que podem ser usadas.

Há sempre uma exposição temporária que trata de algum autor. Objetos que representem suas obras, gravações de trechos dos livros, objetos pessoais, manuscritos, livros em formatos gigantes, grandes dicionários, um espaço que te envolve na literatura brasileira. Á época da minha visita, pude ver uma exposição sobre Machado de Assis em que havia trechos dos seus diversos livros, cadernetas com sua letra, a moeda usada a época e, por fim, uma sala em que era exibido o projeto Mil Casmurros, um vídeo com várias pessoas lendo um trecho de Dom Casmurro.

O estudante de comunicação precisa ter uma relação íntima com a língua e a visita ao Museu possibilita essa sensação: sai de lá apaixonada e mais curiosa sobre a língua portuguesa, ou como disse Marcos Bagno em “Preconceito Linguístico”, o português brasileiro. No painel que conta um pouco da linguagem, o estudante da área pode obter informações sobre os meios de comunicação, a chegada da televisão, a influência do americanismo em nossa cultura, se comunicar utilizando poucas palavras, a famosa frase de Chacrinha “Quem não se comunica, se trumbica” e a reflexão sobre a linguagem atual como nosso retrato e evolução.

Veja mais em meu outro blog Amante Paulistana

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ronildo Santos, chefe de reportagem do setor esportivo da TV Band

Esporte e jornalismo foi o tema principal que conduziu a palestra bem humorada de Ronildo Santos, ele conta que iniciou a carreira já no esporte, graças a uma sacada do seu entrevistador ao perguntar quais esportes ele praticava. Ronildo já trabalhou na Rádio Band, TV Cultura, Canal 21 e ESPN Brasil, e tornou-se chefe de reportagem por volta dos 27 anos.
O início da conversa ficou marcado pela importância de entrar no mercado de trabalho, fazendo o que quer que seja, mas frisando que não pode nem deve se acomodar e procurar algo que realmente goste que dê prazer em executar. Ronildo atribui às empresas uma parcela da culpa por não encontrar o local em que o profissional se adequará melhor e, por conseqüência, tende a executar com maior excelência suas funções. Ele exemplifica tudo isso com o seu caso, em que o diretor da Rádio Band encontrou nele um gosto por esporte que poderia ser rentável e disse que, na sua profissão, dependendo do dia, ele chega a trabalhar 16 horas, mas está satisfeito porque gosta do que faz.

Ronildo aponta as suas principais funções como chefe que é elaboração de pauta, decide as matérias que serão feitas, chefia e coordena a equipe: repórteres, cinegrafistas, motoqueiro e motorista, além de trabalhar em conjunto com os editores. A pauta segue a agenda esportiva, mas tem base também nas sugestões dadas pelo público e o jornalista afirma que é de onde surgem as melhores ide i as. Ele aponta que a maior dificuldade do trabalho é lidar com as pessoas, pois há conflito de vaidades, ciúmes uns dos outros, sentimento de superioridade, além dos conflitos comuns em ambientes de trabalho.
Neste ponto ele frisa na relação entre repórter e cinegrafista dizendo que um depende do outro, mas, no caso específico da televisão, o cinegrafista é essencial para o repórter. Santos diz ainda que não se deve montar as duplas de acordo com a afinidade, pois corre-se o risco de ficar sem saída ao tentar manter separadas duplas com problemas de relacionamento. Disse ainda saber quais as duplas “funcionam” melhor, então essas serão escaladas juntas com maior freqüência e em eventos que exigem excelência, o que não significa que duplas que não trabalham tão bem trabalharão apenas com eventos sem importância.

Quanto à pauta, Ronildo relata que tenta sempre fazer algo diferente, proporcionar um material que não estará em todas os veículos de comunicação. As pautas podem ser inspiradas em matérias retiradas da internet ou já veiculadas em outros meios, mas é importante criar uma matéria com base nas informações colhidas e não copiá-las. Ao repórter cabe trabalhar com as imagens feitas pelo cinegrafista e, a partir daí, montar o texto, contar uma história diferente, fazer as entrevistas. Não é função do repórter ser tendencioso, dar opinião, mas isso não impede que a abordagem da matéria sugira algo ao telespectador. Ronildo acredita que a função do repórter está totalmente relacionada com o significado da palavra: reportar, dar a notícia, levar a informação.

Matérias como uma entrevista descontraída com o técnico Vagner Mancini e uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher mostrando a persistência feminina em se dedicar em alcançar o sucesso jogando futebol, foram duas das matérias que ele aponta a interferência negativa de diretores, entraram em dias e com um tempo menor do que o original, que fugiam do contexto e perdiam todo o sentido pré-estabelecido. Como matérias mais emocionantes, Ronildo citou uma em que levaram crianças de escolas privadas para brincar com crianças deficientes da AACD e uma matéria sobre o projeto de inclusão do skate na FEBEM, em que uma menina disse que gostava de cantar Roberto Carlos, a matéria foi elaborada com as imagens sobre a voz desta menina cantando.

O assunto é direcionado para a torcida dos profissionais do esporte, e Ronildo afirma que quando se está trabalhando, a tendência é deixar a paixão de lado para que não implique no seu trabalho, dará destaque aos personagens que os merecem, bem como os times. O profissional que decide assumir o time para o qual torce, tem problemas em freqüentar estádios e treinos e de relacionamento com os torcedores. Disse ainda que, nestes casos, por vezes, os repórteres não podem chegar ao estádio com carro com o logo da empresa ou com o uniforme. No caso de Neto, corintiano, só entra nos estádio acompanhado por seguranças, já o Milton Neves, santista, não vai ao estádio.

Sobre a concorrência ele diz que é difícil tentar comparar porque a Band é iniciante na área de transmissão e tem que cativar o público da Globo. No entanto, a dificuldade de concorrência se deve a melhor estrutura e transmissão de imagens que a TV Globo tem (a TV Band trabalha com cerca de 12 câmeras e a TV Globo trabalha com 18), além do aspecto cultural, de costume.Também tem a questão do direito de transmissão, e a emissora que não o tiver tem direito a câmeras na cabine e entrevista coletiva, quando o mais interessante é entrevistar o jogador saindo do campo.

Ronildo fala, ainda, sobre o espetáculo criado em cima de personagens do futebol, que invadem a vida pessoal como paparazzi. Ele defende que, caso seja feita algo em desacordo com as leis, como atos violentos, os programas esportivos devem informar, mas ele acredita que notícia para saber qual o valor de seus bens, com quem namora, o que faz quando bebe, entre outras, é sensacionalismo barato. As emissoras de televisão, segundo o palestrante, não investiram o suficiente nas novas mídias e estão atrasadas nesse sentido.Em sua opinião, o conteúdo deveria ser disponibilizado na internet e o espaço para retorno do público tem que ser aberto.

Os programas esportivos têm o futebol como esporte predominante, pois é o que dá audiência. Quando se investe em noticiar sobre os outros esportes, a direção da empresa cobra a baixa audiência e fica no ar a questão “Não dá audiência porque a mídia não fala ou não fala porque não dá audiência?”. As abordagens também são diferentes, há programas que são voltados para os aficionados por esportes, outros com foco nos leigos, que só querem receber informações e há programas que trabalham mais com personagens e histórias bem elaboradas

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Luís Leonel, Publisher e editor de revista segmentada

Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Luís Leonel trabalhou como editor em alguns dos maiores meios de comunicação do Brasil, como Gazeta mercantil, Revista Exame e Folha de São Paulo e palestrou para alunos de Comunicação Social e de Administração da Universidade São Marcos.

Leonel abre a palestra falando sobre a crise que as mídias impressas têm sofrido e a perda de leitores para a internet, crise está que é atribuída erroneamente à atual crise econômica mundial, mas já tem afetado o mercado jornalístico há um certo tempo. Foram apresentados alguns pontos que são benéficos à internet em relação ao impresso, como os gastos com o papel, a gráfica e a distribuição, além de apontar que esse novo meio de comunicação não gasta com profissionais, acusando-os de copiar as matérias ou formular releases de matérias publicadas nos grandes meios impressos. Expôs-se, também, as crises dos grandes jornais internacionais Wall Street Journal, Financial Times, New York Times, LeMonde com prejuízo e corte de funcionários e este assunto foi exemplificado pela reação do WSJ que decidiu vender assinatura “em pedaços”.

O jornalista, então, começa a falar da segmentação nos meios impressos e afirma que a dificuldade da internet em angariar os leitores de revistas segmentadas é porque nestas revistas o assunto é tratado em profundidade e os meios de comunicação da internet não têm profissionais especializados para que exista uma concorrência e diz que o número de tiragem não é o que define o meio de comunicação como segmentado, isto apenas acontece através da especialização. Ele ainda explica que esse mercado trabalha com conhecimentos técnicos, questionamento profundo, consulta a fontes especialistas e excelente apuração dos fatos, além da capacidade de elaborar boas histórias com as informações obtidas. Neste ponto, Leonel enfatiza a importância de saber trabalhar com legendas, títulos, fotos, gráficos, tabelas e o encaixe dos números nessas histórias bem escritas para que a informação não seja esquecida pelo leitor e que complementem a informação escrita.

Foi elaborada, ainda, uma comparação entre a entrevista especializada e os jornalistas que escrevem em setores específicos dos jornais (os cadernos) e é desta forma que os meios de comunicação de massa tentam focar os interesses particulares do público. Aqui, ele observa que todo jornalista tem que estar envolvido com o setor pelo qual é responsável a cobertura e as fontes que consultam, mas ressalta que o jornalista especializado tem mais propriedade ao tratar de determinados assuntos.

Apresentou-se em síntese o processo de elaboração da revista, tendo início na pauta em que se discute o que cada um acha que tem potencial para virar reportagem (aqui, usa-se o termo “venda” de potencias para a próxima edição), com a aprovação da sugestão, o jornalista busca mais informações e entrevista com fontes confiáveis. Tendo estas informações, o jornalista escreve uma prévia do que será a reportagem que é avaliada e proposta de alterações ou que se trabalhe mais em cima daquelas informações.

Com os textos prontos, decide-se qual será a matéria e as chamadas de capa, qual o número de página para cada matéria, o que deve ser fotografado ou deverá ter alguma representação gráfica, onde e quais propagandas integrarão o resultado final. Neste ponto, Leonel alerta pelo erro comum das revistas segmentadas que é pautar as matérias de sua revista vinculando aos anúncios e garante que não saber separar a parte jornalística e a parte publicitária pode comprometer a longevidade do meio.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Claudia Neves, locutora e coordenadora geral da Rádio Comunitária de Heliópolis.



Formada em jornalimo pela Universidade São Marcos, Claudia Neves é voluntária na Rádio Comunitária de Heliópolis e em sua palestra contou um pouco sobre a história da rádio, falou sobre a relação com a comunidade e discutiu sobre a burocracia de se legalizar e funcionar como rádio comunitária.

Em seu início, a rádio funcionava no sistema de corneta e alto falante e toda a comunidade ouvia. Surgiu com o intuito de facilitar a comunicação com os moradores e mantê-los informados sobre os acontecimentos dentro da favela. Em 1997, entrou em freqüência moldulada (FM).

A história foi contada através de um vídeo de TCC produzido por alunos da Universidade Anhembi Morumbi de 2006 com o fechamento da rádio através de uma operação da Polícia Federal denominada “Operação Sintonia” que, naquele ano junto a Anatel, fechou todas as rádios consideradas piratas. Neste documentário foram relatados a história, o surgimento e as intenções da rádio, e colhidos os depoimentos de responsáveis, dos locutores, de colaboradores, da população de Heliópolis e de especialistas.

Claudia contou alguns acontecimentos engraçados do cotidiano da rádio e disse que poucos dos locutores são formados, mas eles fazem um trabalho excelente e voluntário. Ela ainda falou sobre a sensação quando a rádio foi fechada e todo o processo para ter a concessão e poder voltar a funcionar de forma legalizada, falou de todo o processo burocrático que não desanimou e ressaltou que o retorno foi possível graças as parecerias com universidades, ONG’s, comerciantes, funcionários e a comunidade.

A Rádio Heliópolis, segundo a palestrante, aceita investimento e colaboração diversos e sem discriminação, desde que não influencie a essência do projeto. Ela narra sobre a relação entre a rádio e a comunidade, relação de proximidade que é inusual em rádios comerciais. Em rádio comunitária a ideia principal é a prestação de serviço, anunciar documentos perdidos, crianças desaparecidas, avisar sobre época de vacinas ou palestras com profissionais da área de saúde, incentivo à cultura, entre outros. Claudia cita que, à época do fechamento, para a população não sair prejudicada com a falta de informações, eles andavam pelas ruas da comunidade montados em uma bicicleta e com um reprodutor de áudios gravados que anunciavam alguns dos itens de maior importância.

Finalizando a palestra, Neves fala do relacionamento que ela tem com a rádio, diz que começou como estagiária e que não é moradora de Heliópolis, nunca se incomodou em se deslocar para apresentação do seu programa e que, em um lugar onde só há voluntários, todos fazem um pouco de tudo. Ela conta ficou chateada com o fechamento da rádio e da alegria quando puderam voltar a funcionar. Fala ainda que já recebeu propostas para trabalhar em outro lugar, mas só pretende aceitar quando esse novo trabalho puder ser conciliado ao trabalho que presta à Rádio Comunitária de Heliópolis.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Wanda Alviano, editora do Jornal Hoje da TV Globo



A palestra de 11/05 com Wanda Alviano tratou da edição de reportagens para a televisão. Wanda é formada na Universidade Metodista, já trabalhou na TV Record e agora é uma das responsáveis pela edição do Jornal Hoje, que é exibido de segunda a sábado às 13:15 pela TV Globo. Ela defende que editar é fugir da mesmice, ou seja, transformar um assunto que já foi ou está sendo tratado por outros jornais e emissoras em uma matéria inovadora que busque captar o interesse do telespectador.

Ela explicou o processo de pauta de uma reportagem que é baseado em um sistema de 20% de pergunta e 80% de resposta, a proposta é que as perguntas orientem o direcionamento da matéria, o que será abordado. Além disso, o repórter tem um roteiro a ser seguido, pois o chefe de reportagem já entrou em contato com o entrevistado ou o responsável pelo lugar onde será gravada a matéria, lá terá detalhes de onde encontrar o entrevistado, quem ele é e os dados que serão a base do assunto da matéria. A palestrante ainda disse que, diante de um assunto factual (assunto de destaque midiático) cai a pauta projetada inicialmente e uma nova tem que ser preparada rapidamente.

Comentou-se também a respeito do personagem da matéria, sujeito que será o centro da história relatada. Quando questionada sobre a escolha do entrevistado que será o personagem, Alviano diz que, com a acessibilidade da internet, as pessoas costumam enviar e-mail contando suas histórias e, àquelas que julgarem interessantes, será elaborada a pauta sobre o assunto e o remetente do e-mail. Sobre a edição, falou-se de maneira mais simplificada e ficou exposto o trabalho que é feito através de gravação das imagens, o cinegrafista procurando os melhores ângulos, o repórter fazendo a entrevista, esse material chamado de fita bruta chega à edição junto com o áudio da matéria na qual o repórter narra as informações para que sejam mescladas com as imagens gravadas e editadas. Muitas vezes, o entrevistado disserta muito tempo e até sobre assuntos que não são relacionados com o tema. Nesse sentido, edita-se todo o conteúdo e limita a resposta às palavras que se relacionam com todo o contexto e isto é feito para que o telespectador não desprenda a atenção e, desta forma, compreenda o que está sendo abordado.

Durante a palestra evidenciou-se o trabalho em equipe que se executa ao preparar uma matéria, tendo que estar em sincronia o trabalho executado pelo repórter, cinegrafista, motoboy (que leva as fitas para a redação), editor, arte e design, editor-chefe. Uma falha compromete o resultado final que foi possível com a execução com eficiência de cada tarefa.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Semana da Comunicação

De 11 a 15 de maio, a Universidade São Marcos disponibiliza aos seus alunos do curso de Comunicação Social - Jornalismo ou Publicidade e Propaganda palestras com profissionais da área, ficando em aberto perguntas feitas por alunos e discussão de temas diversos.

Os palestrantes serão Wanda Alviano (TV Globo), Claudia Neves (Rádio Comunitária de Heliópolis), Luis Leonel (Revista Investidor Individual), Ronildo Santos (Band) e Paulo Samá (Eugênio Publicidade). Durante toda esta semana, as postagens serão relativas às palestras assistidas.

terça-feira, 5 de maio de 2009

"FilmeFobia" - por Kiko Goifman


Medo de palhaço, de borboleta, de botões, de sangue, de aranha, de ralo, de penetração, da morte, claustrofobia, entre tantas outras fobias inusitadas que foram tratadas sem preconceitos por Kiko Goifman em seu longa de 80min "FilmeFobia".

Dia 29 de abril de 2009, o diretor do filme esteve no auditório do campus Santa Paulina da Universidade São Marcos para discutir com os alunos de Comunicação Social e Psicologia sobre o tema do filme que está em cartaz no Espaço Unibanco Augusta em São Paulo. "FilmeFobia" trata as fobias de forma irreverente e humorada, e seu ator principal é Jean Claude Bernadet que, no filme, acredita que a única imagem verdadeira de um ser humano é quando este encara seu objeto de fobia.

Respondendo às perguntas dos alunos, Kiko explicou que os limites estabelecidos por ele e pela equipe foram pré-estabelecidos pelos participantes do filme - atores, fóbicos e atores com fobia, além de atuação do próprio diretor que tem fobia de sangue - que o fizeram de forma espontânea. Além disso, o código de segurança estipulado era o de gritar o próprio nome, argumentando que o próprio nome não se esquece, e o diretor afirmou que ninguém desistiu durante as gravações.

Durante a palestra, Goifman foi questionado se houve algum intuito terapêutico na produção deste longa, o que foi negado e dito que apenas expôs pessoas a seus medos, mesmo que estes não sejam tão conhecidos ou amplamente discutidos por não afetarem a vida social da pessoa como no caso de homofobia, xenofobia, sindrome do pânico, agarofobia, etc. Concluiu-se, então, que muitas pessoas sofrem de diversas fobias e que discutir sobre o medo e até enfrentá-lo faz bem.

O caso mais curioso que Kiko enfatizou foi sobre a fobia de anão, pois é um ser humano que sente medo incontrolável de outro, e o fóbico disse se sentir envergonhado e até ridículo por isto, enquanto os anões afirmam que compreendem que é algo involuntário, o que difere do preconceito que eles sofrem.

Comentou-se ainda sobre outros filmes dirigidos por Kiko Goifman, tais quais "Aurora", "Tereza" e "Trinta e Três" que tratam de assuntos tabus como prostituição de mulheres idosas em São Paulo, cotidiano de uma penitenciária e a busca de um homem de 33 anos durante trinta e três dias por mãe biológica, respectivamente.

Ainda foi discutido sobre o cinema brasileiro atual, as parcerias necessárias para a produção independente de um filme, houve critica quanto ao valor atribuído em excesso ao Oscar que só premia filmes comerciais e da valorização e investimento vindos da Europa nestas produções não-comerciais e isto é perceptível através de festivais como Cane, Veneza e Berlim. Goifman elogia a Índia que consume sua própria produção cinematográfica e que a eles não importa a propagação de sua cultura.

A palestra é finalizada com a distribuição de ingressos aos alunos interessados em assisitr o filme recém-lançado e, aqui, fica a dica para este e outros filmes de Kiko Goifman.

Veja o que foi dito sobre o filme em mídias como Folha de São Paulo, G1, Programa Zoom da TV Cultura. E veja também no site oficial de FilmeFobia.