terça-feira, 21 de abril de 2009

História do Rádio no Brasil

Rádiodifusão é conceituada por transmissão de sons através de ondas para um número indefinido de ouvintes, destinado ao público em geral, não exige recursos do seu público, como saber ler, por exemplo. As primeiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, muitos países faziam experimentos, mas como não havia comunicação simultânea, não é possível afirmar com absoluta certeza quem foi o pioneiro. Guglielmo Marconi é considerado, oficialmente, o pai do rádio dado a uma transmissão a distância feita em 1896; Padre Roberto Landell de Moura fez experimentos e sua primeira transmissão foi num raio de 8km em 1892. O aperfeiçoamento das tecnologias melhoraram a qualidade e o alcance da transmissão, possibilitaram, também, uma forma diferente de aproximação entre as pessoas e suprimiu o tempo e o espaço.

A primeira emissora de rádio brasileira foi a Rádio Clube Pernambuco fundada em 06/04/1919, mas seu público era elitizado e a rádio não teve grande repercussão pois usava aparelhos receptores que não eram comuns nas residências. Oficialmente, a primeira transmissão de rádio foi em uma comemoração do centenário da Independência, em 07/09/1922, onde a empresa americana Westinghouse transmitiu o proununciamento do presidente Epitácio Pesssoa a Petropólis, Niterói e São Paulo, seus aparelhos tinham 500 watts de potência e a transmissão partiu do Corcovado.

Em 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi fundada por Henrique Morize e Edgard Roquette Pinto. As rádios daquela época não tinham fim comercial e eram mantidas através de contribuições, por isso as emissoras tinham nomes como "sociedade" e "clube". A Rádio Sociedade do RJ realizou o primeiro programa de radiojornalismo, o Jornal da Manhã. Em 1936, sem condições de se sustentar, a emissora entregou seus equipamentos ao governo que fundou uma rádio, hoje conhecida como Rádio MEC. Getúlio Vargas regulamentou em 1931 o funcionamento técnico das emissoras e em 1932 autorizou a veiculação de propagandas, dando início a rádio comercial. O rádio começou a crescer, ganhou espaço na mídia impressa da época e despertou o interesse dos empresários donos de jornais e revistas. Em 1935, Assis Chauteaubriand convidou Guglielmo Marconi para a inauguração da Rádio Tupi.

A Noite era um grupo de mídia impressa muito influente à época, fundado por Irineu Marinho e José Marque da Silva em 1911. Em 1925, Irineu deixou a sociedade e fundou "O Globo", Marques da Silva uniu-se a Geraldo Rocha e ampliou o campo de atuação do grupo. Em 1929 foi construído o Edifício A Noite, com 22 andares e visto com destaque na cidade do Rio de Janeiro. A Rádio Phillips foi comprada em 1933 e três anos depois, no dia 12/09 às 21h, começaram as transmissões da Sociedade Civil Brasileira Rádio Nacional, ao som de Luar do Sertão e com a frase "Alô, alô Brasil! Aqui fala a Rádio Nacional do Rio de Janeiro.".

Fundada em 1936, A Rádio Nacional foi peça fundamental na Era de Ouro do rádio durante a década de 1940 e 1950. Transmitiu programas como Repórter Esso, César de Alencar, Balança mas não cai, o concurso A Rainha do Rádio, Cancioneiro Rayol, Almanaque Kolynos, Um milhão de melodias, O direito de nascer, além de possuir um bom elenco e lançar ao estrelato nomes importantes como Chacrinha, Paulo Gracindo, Emilinha Borba, Cauby Peixoto, Ângela Maria, etc.

Com o surgimento da televisão em meados de 1950, a audiência do áudio começou a declinas, junto com seus lucros, com os investimentos e o elenco. Os programas e profissionais de sucesso migraram do rádio para a TV, os lucros com a propaganda tiveram que ser divididos e a televisão somava o áudio que o rádio possuia com o visual do cinema e, diante aos problemas que surgiram, o rádio se viu obrigado a de adaptar-se à nova realidade para não perder público e lucros. A Rádio Difusora de São Paulo foi a primeira a atuar exclusivamente em Frequência Moldulada (FM).

As principais características do rádio são imediatismo, sensorialidade, regionalismo, simplicidade, intimidade, acessibilidade, mobilidade, transmissão e anúncio a custos baixos. O rádio informa, provoca noção de comunidade, mobiliza recursos públicos e privados, incentiva a renda e o consumo. É um meio de comunicação de massa e pode ser classificado como tal por possuir audiência ampla e heterogênea, por definir a mensagem pela média de gosto, as mensagens são curtas e repetitivas.




Dica de leitura:

"A Era do Rádio", de Lia Calabre;
"Rádio Nacional", de Luiz Carlos Saroldi e Sonia Virgínia Moreira.

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