Na faculdade de comunicação discute-se muito sobre a relação do povo brasileiro com a cultura em geral e, claro, a forma como os meios de comunicação de massa trabalham isto. Surge, então, a necessidade de encontrar o culpado: o público por não ter interesse por bons conteúdos e se acomodarem com o que lhes é transmitido ou os meios de comunicação que não ofertam conteúdos ricos em informação e cultura por não lhe interessar ter uma audiência crítica e “pensante”?
Todas as hipóteses têm suas mentiras e verdades e a discussão é infindável. Sugiro uma análise atenta e crítica sobre o assunto e, então, expressarei meu pensamento a respeito.
De quando em quando, a Rede Globo de Televisão lança minisséries que visam estimular o público a conhecer, e talvez estabelecer maior contato, as obras de alguns autores consagrados. Falo aqui, mais especificamente, de Machado de Assis e William Shakeaspeare, ou melhor, das minisséries Capitu e Som & Fúria.
Capitu, foi dirigida por Luiz Fernando Carvalho e baseada em Dom Casmurro de Machado de Assis, esteve no ar em dezembro de 2008, com 5 capítulos. A macrossérie era envolvente, apaixonante e, considerando a adaptação do livro para a TV, retratou-se a história de Bento e Capitu de forma fidedigna.
A fotografia era linda, mesmo com o cenário simples (fruto de pouco investimento), Michel Melamed (Bentinho adulto) era gracioso, engraçado, dramático, triste. Letícia Persiles (Capitu jovem) era misteriosa, cínica, encantadora, jovial. Perfeito! A interpretação dos atores não ocultava as descrições de Machado de Assis. Apesar de tudo isso, a macrossérie não foi bem aceita. Recebeu boas críticas e premiações, mas o público não se interessou e, claro, se a audiência é insuficiente (média de 17 pontos), não há retorno para a emissora.
Já Som & Fúria, esteve no ar durante julho de 2009, com 12 capítulos, dirigida por Fernando Meirelles e baseada na série “Slings and Arrows” em que uma companhia de teatro interpreta obras de Shakeaspeare. Assim como quem a inspirou, a minissérie contou a história de uma companhia de teatro, em que todos os funcionários estão envolvidos uns com os outros de alguma forma, subdividida em duas temporadas (da série e da companhia) na qual são apresentadas as mais conhecidas obras de Shakeaspeare: Hamlet, Macbeth e Romeu & Julieta. Meirelles declarou que tinha a intenção de popularizar Shakeaspeare.
Cenário simples, muito humor, histórias envolventes e elenco de qualidade de todas as gerações de globais. Características básicas e fundamentais para ter sucesso. A média de audiência esteve na casa dos 16 pontos, eram apenas dois patrocinadores e os espaços comerciais eram curtos.
Com base nessas duas séries que citei, quero completar com o pensamento de Theodor Adorno, já citado anteriormente, de que a culpa não é do assassino, é, sim, do morto. Ou seja, a culpa não é do meio de comunicação, e sim do público. Defendo a tese porque são poucas as pessoas que aproveitam a cultura além da televisão. Além disso, reclama-se constantemente sobre a programação e, quando algo é mais elaborado, não se faz o devido proveito.
Passeios culturais como teatro, museu, bibliotecas, exposição, galeria de arte, centros culturais, entre outros têm um público restrito. Quando algo deste “outro mundo” é levado para o cinema ou a televisão e o interesse ocorre, acontece através do fenômeno midcult, ou seja, há adaptação que banaliza e não estimula o interesse quanto ao conteúdo original. Ou pode acontecer como no caso dos dois seriados globais, não receber atenção. E, aqui, não é o caso de acusar má produção ou divulgação da emissora, é o puro descaso e a falta de informação por parte deste público.
Todas as hipóteses têm suas mentiras e verdades e a discussão é infindável. Sugiro uma análise atenta e crítica sobre o assunto e, então, expressarei meu pensamento a respeito.
De quando em quando, a Rede Globo de Televisão lança minisséries que visam estimular o público a conhecer, e talvez estabelecer maior contato, as obras de alguns autores consagrados. Falo aqui, mais especificamente, de Machado de Assis e William Shakeaspeare, ou melhor, das minisséries Capitu e Som & Fúria.
Capitu, foi dirigida por Luiz Fernando Carvalho e baseada em Dom Casmurro de Machado de Assis, esteve no ar em dezembro de 2008, com 5 capítulos. A macrossérie era envolvente, apaixonante e, considerando a adaptação do livro para a TV, retratou-se a história de Bento e Capitu de forma fidedigna.
A fotografia era linda, mesmo com o cenário simples (fruto de pouco investimento), Michel Melamed (Bentinho adulto) era gracioso, engraçado, dramático, triste. Letícia Persiles (Capitu jovem) era misteriosa, cínica, encantadora, jovial. Perfeito! A interpretação dos atores não ocultava as descrições de Machado de Assis. Apesar de tudo isso, a macrossérie não foi bem aceita. Recebeu boas críticas e premiações, mas o público não se interessou e, claro, se a audiência é insuficiente (média de 17 pontos), não há retorno para a emissora.
Já Som & Fúria, esteve no ar durante julho de 2009, com 12 capítulos, dirigida por Fernando Meirelles e baseada na série “Slings and Arrows” em que uma companhia de teatro interpreta obras de Shakeaspeare. Assim como quem a inspirou, a minissérie contou a história de uma companhia de teatro, em que todos os funcionários estão envolvidos uns com os outros de alguma forma, subdividida em duas temporadas (da série e da companhia) na qual são apresentadas as mais conhecidas obras de Shakeaspeare: Hamlet, Macbeth e Romeu & Julieta. Meirelles declarou que tinha a intenção de popularizar Shakeaspeare.
Cenário simples, muito humor, histórias envolventes e elenco de qualidade de todas as gerações de globais. Características básicas e fundamentais para ter sucesso. A média de audiência esteve na casa dos 16 pontos, eram apenas dois patrocinadores e os espaços comerciais eram curtos.
Com base nessas duas séries que citei, quero completar com o pensamento de Theodor Adorno, já citado anteriormente, de que a culpa não é do assassino, é, sim, do morto. Ou seja, a culpa não é do meio de comunicação, e sim do público. Defendo a tese porque são poucas as pessoas que aproveitam a cultura além da televisão. Além disso, reclama-se constantemente sobre a programação e, quando algo é mais elaborado, não se faz o devido proveito.
Passeios culturais como teatro, museu, bibliotecas, exposição, galeria de arte, centros culturais, entre outros têm um público restrito. Quando algo deste “outro mundo” é levado para o cinema ou a televisão e o interesse ocorre, acontece através do fenômeno midcult, ou seja, há adaptação que banaliza e não estimula o interesse quanto ao conteúdo original. Ou pode acontecer como no caso dos dois seriados globais, não receber atenção. E, aqui, não é o caso de acusar má produção ou divulgação da emissora, é o puro descaso e a falta de informação por parte deste público.
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