segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Transferência: Nova perspectiva

Medo e ansiedade. Esses são os dois sentimentos mais fortes quanto à mudança. Conhecer coisas novas e se adaptar a elas. Saber como será o ensino e o curso a partir de agora. Ter que encarar um novo padrão de ensino e seguir as novas regras. ‘Será que eu vou ser capaz de seguir adiante?’. Conhecer as novas instalações e os professores. Sentir-se calouro novamente e o sentimento é similar ao de uma criança com medo do seu primeiro dia de aula. Ainda o receio de não fazer amigos incomoda. Quem nunca o teve? Se você entra em uma faculdade no 1º ano, tudo se torna fácil, afinal, ninguém se conhece. Mas ingressar em uma turma que já formada por um determinado período, você se sente o ‘intruso’.

Mas essa sensação é passageira, pois a preocupação maior tem que ser a dedicação aos estudos e a certeza de que você é parte daquela nova universidade e, mais do que isso, sempre lembrar de todos os desafios que você superou e todo o esforço que você empenhou para estar ali.

Nos primeiros dias de aula você observa ao máximo e todas as comparações acabam sendo feitas e é o balanço final do que melhorou e do que piorou é um dos principais determinantes para avaliar se a decisão foi correta. Esta avaliação é superficial e baseada no primeiro impacto, mas não deixa de ser válido.

Em momento algum, até agora nesta primeira semana de aula, eu só tive boas impressões da Universidade. Bons professores, boas instalações, bons laboratórios, ampla biblioteca e tive boa receptividade por parte de todos. Toda vez que eu faço a comparação citada acima, ratifica-se a certeza do destino que dei para o meu futuro acadêmico. Sinto-me, confesso, mal por não ter tido contato com aulas práticas na antiga universidade, mas farei as adaptações para suprir essa deficiência, além de contar com a compreensão e apoio dos professores para que eu me familiarize rapidamente com as práticas do jornalismo.

O conselho, agora é se empenhar e fazer o seu melhor. E, claro, muita sorte.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Que jornalismo é esse?

Eis a pergunta do momento. Profissionais, estudantes e sociedade se perguntam o que está sendo feito com o jornalismo.

Exponho esta questão analisando a postura dos meios de comunicação durante a última semana devido às acusações de lavagem de dinheiro feita pelo Ministério Público contra a Igreja Universal do Reino de Deus. Globo e Record transmitiram as informações de acordo com os interesses de cada uma e, o pior, travaram uma "guerra" através de seus telejornais que nenhum telespectador gostou de ver.



A Rede Globo utilizou-se da notícia para questionar os benefícios concedidos a concorrente através da suposta lavagem de dinheiro ocorrida na Igreja de Edir Macedo (proprietário da Record). O Jornal Nacional dedicava cerca de 10 minutos para noticiar o ocorrido, mostrar como os pastores pedem dinheiro aos fiéis, questionar a opinião dos políticos quanto ao assunto e entrevistar um ex-fiel que afirmava ter sido prejudicado com as contribuições.

Em contrapartida, a Record veiculou durante o dia uma reportagem com cerca de 20 minutos de duração questionando os meios através dos quais a Globo foi fundada e como cresceu, acusando a Globo de atacar a Record como "desespero frente ao crescimento da Record que ameaça o monopólio da Globo", mostrou ainda a "boa vida da família Marinho", entrevistou fiéis da IURD afirmando que confiavam no destino do dízimo e afirmava que "muitos se sentiam beneficiados pela Igreja, o que contradiz o depoimento de um ex-fiel que se dizia prejudicado" e questionou os políticos quanto "a necessidade de democratizar a informação".

A ética e o compromisso com a profissão se perderam. A Record usou seus melhores jornalistas (e ex funcionparios da Globo) para atacar a Globo e sair em defesa da Igreja ignorando o alto número de arrecadação por parte da IURD, as contas abertas em paraísos fiscais e, claro, o crescimento e poder de investimento da Rede Record.

E aí que a pergunta surgiu! Que jornalismo é esse que toma partido de forma evidente esquecendo da necessidade de ouvir todos os lados e elaborar uma matéria coerente a fim de que cada um, a partir de então, forme sua opinião?

Eu não sei.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Transferência: Sobre a burocracia

Na primeira parte destes textos eu disse que a transferência exigia disponibilidade, e isto é necessário graças a tal da burocracia, estando presente de forma cansativa e, neste exato momento, não se deve esquecer da determinação.

O mais importante de tudo, nesta fase, é estar atento aos prazos e se esforçar para cumpri-los (ou acelerá-los).

Entre com o pedido de transferência na universidade do seu interesse e observe quais são os documentos necessários para isto, normalmente pede-se histórico, conteúdo programático com critério de avaliação, podendo ser pedidos documentos a mais; abra um protocolo na sua atual universidade pedindo tais documentos, verifique quando ficarão prontos e se há possibilidade de ficarem prontos antes, se houver, organize-se para cobrar a secretaria quanto a isto; importante que haja coerência nas datas prometidas por uma instituição e exigida por outras.

Com os documentos em mãos, entregue-os na universidade que deseja estudar; questione sobre quando haverá um resposta ao seu pedido; guarde protocolos e notas de entrega de documentos; esteja sempre disponível para ver e-mails ou receber telefonemas sobre a análise curricular.

A análise curricular é quando o coordenador do curso avalia o conteúdo do que você já estudou e verifica se é compatível com as disciplinas da grade da universidade. Com isso, algumas matérias podem ser dispensadas, verifica-se a necessidade de cursar adaptações de outras matérias e define-se o semestre ao qual você está apto a se matricular.

Currículo analisado, você recebe uma resposta e eis a hora da verdade! Pode ser que precise voltar algum semestre ou fazer um número considerável de adaptações e, a partir de então, a decisão concretiza o desejo ou acaba deixando-o de lado. Mas, aqui, ainda não está tudo certo. Precisa pagar matrícula, entregar documentação, assinar contrato e aguardar pra saber se terá turma. Aí sim, considere-se matriculado.

Ainda é preciso cancelar/ trancar o curso na universidade de onde você saiu, alterar dados cadastrados na SPTrans para o Bilhete Único do Estudante.

Esse processo burocrático pode ser mais lento pra uns, mais fácil para outros, mas o importante é estar pré-disposto a ir atrás do que for preciso, na hora que o for. Nesta parte, confesso ter tido sorte. Consegui pegar meus documentos 15 dias antes do previsto (com uma certa persistência), recebi resposta do coordenador em menos de uma semana após a entrega dos documentos (a previsão era de 10 dias úteis) e, considerando que eu pensava ter que voltar para o 1º ano, o resultado foi bom: terei que regredir apenas um semestre, fazer 5 adaptações e terei 3 dispensas de disciplinas futuras.

A confirmação de matrícula demorou um pouco, mas tudo tem dado certo. Se sua opção for de se transferir, espero que dê certo para você também.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mídia, sociedade, arte e cultura

Na faculdade de comunicação discute-se muito sobre a relação do povo brasileiro com a cultura em geral e, claro, a forma como os meios de comunicação de massa trabalham isto. Surge, então, a necessidade de encontrar o culpado: o público por não ter interesse por bons conteúdos e se acomodarem com o que lhes é transmitido ou os meios de comunicação que não ofertam conteúdos ricos em informação e cultura por não lhe interessar ter uma audiência crítica e “pensante”?

Todas as hipóteses têm suas mentiras e verdades e a discussão é infindável. Sugiro uma análise atenta e crítica sobre o assunto e, então, expressarei meu pensamento a respeito.

De quando em quando, a Rede Globo de Televisão lança minisséries que visam estimular o público a conhecer, e talvez estabelecer maior contato, as obras de alguns autores consagrados. Falo aqui, mais especificamente, de Machado de Assis e William Shakeaspeare, ou melhor, das minisséries Capitu e Som & Fúria.

Capitu, foi dirigida por Luiz Fernando Carvalho e baseada em Dom Casmurro de Machado de Assis, esteve no ar em dezembro de 2008, com 5 capítulos. A macrossérie era envolvente, apaixonante e, considerando a adaptação do livro para a TV, retratou-se a história de Bento e Capitu de forma fidedigna.



A fotografia era linda, mesmo com o cenário simples (fruto de pouco investimento), Michel Melamed (Bentinho adulto) era gracioso, engraçado, dramático, triste. Letícia Persiles (Capitu jovem) era misteriosa, cínica, encantadora, jovial. Perfeito! A interpretação dos atores não ocultava as descrições de Machado de Assis. Apesar de tudo isso, a macrossérie não foi bem aceita. Recebeu boas críticas e premiações, mas o público não se interessou e, claro, se a audiência é insuficiente (média de 17 pontos), não há retorno para a emissora.

Som & Fúria, esteve no ar durante julho de 2009, com 12 capítulos, dirigida por Fernando Meirelles e baseada na série “Slings and Arrows” em que uma companhia de teatro interpreta obras de Shakeaspeare. Assim como quem a inspirou, a minissérie contou a história de uma companhia de teatro, em que todos os funcionários estão envolvidos uns com os outros de alguma forma, subdividida em duas temporadas (da série e da companhia) na qual são apresentadas as mais conhecidas obras de Shakeaspeare: Hamlet, Macbeth e Romeu & Julieta. Meirelles declarou que tinha a intenção de popularizar Shakeaspeare.



Cenário simples, muito humor, histórias envolventes e elenco de qualidade de todas as gerações de globais. Características básicas e fundamentais para ter sucesso. A média de audiência esteve na casa dos 16 pontos, eram apenas dois patrocinadores e os espaços comerciais eram curtos.

Com base nessas duas séries que citei, quero completar com o pensamento de Theodor Adorno, já citado anteriormente, de que a culpa não é do assassino, é, sim, do morto. Ou seja, a culpa não é do meio de comunicação, e sim do público. Defendo a tese porque são poucas as pessoas que aproveitam a cultura além da televisão. Além disso, reclama-se constantemente sobre a programação e, quando algo é mais elaborado, não se faz o devido proveito.

Passeios culturais como teatro, museu, bibliotecas, exposição, galeria de arte, centros culturais, entre outros têm um público restrito. Quando algo deste “outro mundo” é levado para o cinema ou a televisão e o interesse ocorre, acontece através do fenômeno midcult, ou seja, há adaptação que banaliza e não estimula o interesse quanto ao conteúdo original. Ou pode acontecer como no caso dos dois seriados globais, não receber atenção. E, aqui, não é o caso de acusar má produção ou divulgação da emissora, é o puro descaso e a falta de informação por parte deste público.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Transferência: Pra onde mudar – uma nova análise das universidades e cursos


Imagem retirada do Advogados Futebol Clube




Está decidido. É hora de mudar de universidade, novos ares, maior investimento no seu futuro profissional. Agora é preciso ter calma ao pesquisar qual será a instituição de destino e quais são os recursos que lhe serão oferecidos.

A decepção com a primeira universidade pode servir como um termômetro, ou seja, exija bastante da nova universidade para que não ocorra desapontamento novamente. Se informe com a própria instituição por através de atendimento telefônico, pesquisa em sites e tira dúvidas por e-mail. Use a internet a seu favor, pesquise notícias, se informe sobre os eventos que a instituição se envolve, leia fóruns, procure conhecer pessoas que estejam estudando para que você possa colher informações de diversas fontes.

Esse processo é cansativo e lento, mas evitará que você ingresse em uma instituição de ensino que não se compromete em lecionar. Faça um filtro e vá eliminando as instituições com as quais você não se identifica, os critérios de eliminação variam de acordo com os interesses, mas as peças chaves de avaliação são renome, qualidade, preço de mensalidade e currículo.

Com essa filtragem é possível chegar a uma quantidade de nomes de universidades que atendam suas exigências e a escolha tem que satisfazer seus critérios prioritários, alcançando o ponto em que se considera o custo-benefício.

Eu tinha inclinação de me transferir para a Universidade Anhembi Morumbi por indicações de amigos, reconhecimento na área em que atuo e por ter determinado investir em algo que acredito que seja retornável. Mas tinha interesse em universidades como a São Judas, FMU e PUC, estas saíram dos meus planos por ter planejamento anual, não despertar interesse e o alto valor da mensalidade, respectivamente.

O curso na Anhembi Morumbi tinha um valor acima das minhas possibilidades, mas investi. O currículo era bom, mas quando avaliado de forma superficial, parecia que os três semestres já estudados não poderiam ser aproveitados. Com exceção de umas duas matérias, mas isto só poderia ser avaliado pelo coordenador e era preciso aguardar. Foi essencial o apoio da família, amigos e namorado, além dos professores que me incentivaram a buscar algo melhor para mim. Dei entrada, oficialmente, no processo de transferência. Outra longa trajetória .

terça-feira, 28 de julho de 2009

Jornalismo 2.0


Imagem retirada de Global Voices Online

O Jornalismo na web tem ganhado forças e se expandido, além de o conhecimento em web 2.0 ser exigido pelo mercado. Sua característica principal é a possibilidade de participação dos leitores através de comentários, publicações e edições de textos jornalísticos, isto é conhecido como Jornalismo Participativo.

A internet conquistou esse espaço graças a essa troca constante de informação e muitos usuários encontraram nas redes sociais mais uma ferramenta em favor do P2P (pear to pear). O charme está em trabalhar com a reação/ resposta imediata ao que foi escrito, criado e publicado na web. Há a sensação de participação e influência sobre tudo o que surge.

Nos fóruns do Orkut ou Yahoo Answers, por exemplo, há todos os tipos de dúvidas e as mais variadas soluções para um mesmo problema. A Wikipedia disponibiliza conceitos sobre todos os temas, desde os mais simples até os mais elaborados, escritos com base em pesquisas referenciais e podendo, sempre, ser editado por leitores que discordem da informação ou entendam estar incompleta.

Uma das ferramentas mais recentes, mas não menos arrebatadora, o microblog Twitter, traz aos usuários o contato direto com as pessoas e empresas, acesso a informações objetivas (limitadas a 140 caracteres) ou uma chamada para um texto mais elaborado em um blog ou site. O que chama a atenção em um jornalista trabalhar com o Twitter é o fato de aprender a se comunicar em poucos caracteres, escrever textos curtos, mas que sejam objetivos e transmitam a mensagem utilizando um espaço limitadíssimo.

As pessoas podem usar a internet para agregar informações, transformá-las em conhecimento, estimular leitura e escrita. Podem e o fazem. A linguagem certamente varia, de acordo com o meio de comunicação, com o tema abordado e, claro, com o intuito e o estilo do autor. Mas, como regra geral, a linguagem online é mais descontraída e os textos são mais enxutos.

A internet tem derrubado diversas previsões quanto a sua longevidade. Como meio de comunicação é mais interativo e mais imediato do que os demais, e está cada vez mais em evidência, tanto é que os meios de comunicação tradicionais se viram interessados e pressionados a aderirem ao formato virtual. Além disso, as mídias digitais ofertam a maior quantidade de oportunidades para que os novos profissionais ingressem no mercado de trabalho. Ou seja, investir especializações, cursos e conhecimentos que unem jornalismo e informática é uma das trilhas mais promissoras para o futuro profissional.

Caso haja interesse, a Escola de Comunicação, do Comunique-se, oferece um curso de longa duração sobre o assunto.

Mais informações, veja AQUI

terça-feira, 21 de julho de 2009

Transferência: A decisão – por que mudar e quais são os prós e os contras

O processo de transferência de universidade requer paciência, determinação, sensatez, busca por informações e disponibilidade. Poderia ser resumido em “você precisa correr atrás”, mas isso não é o bastante. Precisa de muito mais. Adianto, neste primeiro parágrafo, que a transferência é muito mais complicada do que parece.

A partir de agora, compartilho a minha experiência no assunto, tentando detalhar e esclarecer ao máximo e, para tanto, dividirei este texto em 4 partes: “A decisão – por que mudar e quais são os prós e os contras”; “Pra onde mudar – uma nova análise das universidades e cursos”; “Sobre a burocracia”; “Nova perspectiva”.

Quando se sabe que é hora de sair? A resposta é bem subjetiva, mais alguns pontos ajudam a entender. O principal deles é a insatisfação, podendo estar relacionada ao laboratório, aos professores, ao método, à biblioteca, ao atendimento ou a tudo isso somado. No meu caso, foi a soma de todos os fatores.

Eu estudava na Universidade São Marcos desde o início de 2008, mas a instituição passa por uma crise financeira muito grande (intimamente ligada com fatos ainda obscuros de desvio de dinheiro) e, devido a isso, todo o ensino que ela podia nos oferecer está sendo comprometido: os professores não recebem seus salários, as contas da faculdade estão atrasadas, não há investimento em laboratórios, além de estrutura básica do prédio, não temos acesso à biblioteca, sem contar a desorganização da parte de atendimento ao aluno e do setor financeiro. Insatisfação aqui não falta.

Quando ocorre a ideia de trocar de instituição, deve-se pensar tudo da forma mais sensata e, mais uma vez, saber se a decisão é válida ou não é uma resposta subjetiva e pessoal. Recomeçar não é fácil: novos professores, novo ambiente, novas regras, novos colegas de classe e grupos de trabalho; além da proximidade de sua casa ou trabalho, valor da mensalidade, a análise curricular e, claro, o dinheiro e tempo já gasto na universidade de origem.

É uma montanha-russa de esperanças e desapontamentos mas, como disse no início, é preciso ter paciência, determinação, sensatez, busca por informações e disponibilidade.